BOA-VIDA

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Fotografias: António Néu.

Fartos de empregos sedentários em Lisboa, Cecília Telo e Nuno Campos rumaram ao Sul e decidiram abrir um restaurante em Vila Nova de Milfontes. Chama-se Ritual e é um espaço exquisite com uma sedutora carta internacional. De novembro a abril fecham e vão de férias, afinal neste período nada se passa em Vila nova de Milfontes. Foram para a Tailândia, no ano passado para a Índia e este ano vão até ao México. O Ritual é um paraíso para o palato e viaja pelos sabores do tataki de salmão, variados caris, lombo de atum com puré de wasabi, ou linguini nero com camarão e ameijoas.

Como é que decidiram lançar-se nesta aventura?

Nós sempre gostámos imenso de comer bem. Passávamos a vida em festas e em restaurantes a experimentar coisas novas. Entretanto fartámo-nos de estar em Lisboa fechados num apartamento com empregos das 08h às 18h com os quais não nos identificávamos e decidimos arriscar. Sempre pensámos num restaurante descontraído, perto da praia e que marcasse a diferença. Afinal quando se vai comer fora é isso que se procura. Boa música, boa comida e algo que seja surpreendente. Saímos de Lisboa para Vila Nova de Milfontes a uma quinta-feira e na segunda-feira seguinte estávamos a assinar o contrato.

Significa que não foi nada complicado encontrarem um espaço?

Não, nada. O espaço pertencia à discoteca O Pacífico. Éramos amigos do antigo dono e sabíamos que tinha licença de restauração. A ideia de ter um restaurante sempre nos aliciou. Antes vivemos no Brasil e na Índia e entretanto fomos para Barcelona onde o Nuno tirou um curso de restauração. Só não sabíamos onde iríamos abrir um espaço e em Vila Nova de Milfontes foi um pouco mágico e tudo se proporcionou.

Antes de alugarem o espaço ainda não tinham pensado no conceito. Como é que este surge?

A ideia inicial estava muito relacionada com petiscos e tapas, mas depois achámos arriscado e começámos a desenhar uma carta mais internacional. Fomos falando, provando e experimentando coisas.

Como é que se organizaram para abrir um restaurante? Algum de vós já tinha experiência em restauração?

Não, há que dizer que éramos um bocado hippies e vivemos desconectados com a urbe durante muitos anos. Na altura em que vivíamos no Brasil, olhámos um para o outro e dissemos: “vamos mudar de vida e escolher uma grande cidade”. Assim foi e optámos por Barcelona. Eu (Cecília) tirei um mestrado em gestão de marketing, o que não estava nada relacionado com a minha área anterior, antropologia. Em Barcelona o Nuno tirou um curso de técnica de cozinha, no Hofmann, que foi fundamental para abrirmos o restaurante.

A música também está presente no conceito e é um sucesso.

No Inverno fechamos, mas na Primavera e no Outono fazemos concertos quinzenalmente. Começámos pelo jazz, agora temos outras variações e funciona lindamente. Temos uma mailing list de pessoas de cá e geralmente esgota. Também já ganhámos uma credibilidade a nível musical.

No período em que o restaurante fecha aproveitam para ir de férias e escolhem sempre destinos algo exóticos. Qual é a ideia?

A ideia é trazer novas receitas. Fazer fusão de várias cozinhas. Nas férias passadas fomos para a Tailândia, o Nuno tirou um curso de cozinha e trouxemos várias iguarias. Este ano vamos para o México e provavelmente a próxima aposta será no ceviche.

O vosso ex libris no Ritual é apresentarem propostas diferentes dos demais espaços?

Sim. Nós inicialmente tínhamos peixe grelhado na ementa e decidimos tirar porque existem tantos espaços a fazê-lo, e bem, que não fazia sentido sermos mais uns. Ao longo do tempo vamos moldando a ementa e tudo acaba por se tornar exquisite. As nossas especialidades são o tataki de salmão, caris, lombo de atum com puré de wasabi e linguini nero com camarão e ameijoas.

A entrevista terminou numa boa disposição contagiante, entre risos e gargalhadas com o remate final de Cecília “o mais gratificante de tudo é que nós marcamos uma diferença a nível cultural e há pessoas que vão propositadamente ao restaurante, vindos de outras partes do sudoeste alentejano e até mesmo de Lisboa”.

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