Eric Arthur Blair mais conhecido pelo seu pseudónimo George Orwell foi um escritor e jornalista inglês, um dos mais importantes do seu tempo, e nasceu a 25 de Junho de 1903, em Moihari, Índia Britânica, faria agora 112 anos.
O seu triunfo é marcado pela escrita de obras visionárias, entre elas Animal Farm de 1945, e 1984 no ano de 1949; notório pela luta activa através da sua escrita, que denunciava algumas nuances do mundo onde se vivia, uma luta constante contra o: fascismo, o comunismo, imperialismo e totalitarismo.
Desde cedo que se demonstra desencantado pela sociedade onde habitava, separando o intelectualismo e o artificialismo contido nele. Dizia-se que era lembrado por apresentar uma face desolada com uma figura lívida e um excesso de preocupação em enfrentar-se a si mesmo.
A sua grande obra-prima foca-se no romance 1984 que ganha grande popularidade em 1949, ano em que o livro foi publicado. Trata-se de um meio de protesto, uma distopia que se auxilia sobre a ideia que todos os seres humanos encontram-se sob controlo, seja através da tecnologia, ou mesmo pelos governos totalitaristas. Mas se alguém proclama que “tudo é por uma boa causa” e não reconhece os sintomas funestos, na realidade só ajuda a fortificar o totalitarismo.
Em 1949, o ano em que o livro foi publicado, e quatro anos após o fim da Segunda Grande Guerra, observa-se um mundo devastado e totalmente instável. Dá-se o início da chamada Guerra Fria entre duas potências mundiais, os Estados Unidos da América e União das Repúblicas Sociais Soviéticas. Orwell foi claramente influenciado pelo tempo em que vivia, angústias de uma época em que havia uma espécie de asfixia perante diferentes comportamentos sociais. O objectivo do autor, era a crítica das diversas formas de governação em redor do mundo, era uma espécie de análise activa sobre o mundo que o rodeava. O escritor entra assim em conflito de compreensão acerca do sistema político adoptado na primeira nação subjugada à Revolução do Proletariado.
"Enquanto escrevo isto, seres humanos muito civilizados voam sobre a minha cabeça, tratando de matar-me. Eles não sentem nenhuma inimizade para comigo enquanto indivíduo. Só estão 'a fazer o seu trabalho', como diz o provérbio. A maioria deles, não tenho nenhuma dúvida, são boa gente e jamais cometeriam um assassinato na sua vida privada. Por outro lado, se algum me conseguir matar hoje também não terá nenhum pesadelo. 'Estão a servir o seu país' e isso parece que os absolve de todo o mal." in George Orwell: Life in Letters
Trata-se por isso de uma obra, com claras mensagens políticas, que fora desta ficção, se opunham à ascensão de uma União Soviética nitidamente Estalinista em harmonia com o governo socialista que o autor imaginava.
Segundo a narrativa do livro, as personagens deixavam de ter liberdades individuais, eram claramente falseadas em prol do deleite dos seus governadores. Já para não falar da constante observância e controlo pelo Big Brother, está sempre alguém a observar-te. Toda esta ausente liberdade individual não é apenas ficcional, mas também se verificava nos meios de acção tomados pelos regimes ditatoriais.
“A linguagem política destina-se a fazer com que a mentira soe como verdade e o crime se torne respeitável, bem como a imprimir ao vento uma aparência de solidez” George Orwell in Politics and the English Language, no livro A Collection of Essays.
Na obra 1984, verificamos que o medo possui um papel de extrema importância, tendo em conta que os indivíduos se focam nele, de forma a obedecerem assim às leis do regime – Big Brother.
A personagem principal, Winston Smith, vive o sonho utópico pela procura de uma liberdade que ele achava que existia, onde a individualidade era algo alcançável. A personagem acaba por ser altamente controlada, quer pelo seu ego, bem como pelas autoridades, que lhe retiram esse cunho de individualidade que ainda trazia consigo, tornando-o num ser sem pensamento autónomo. Tornou-se num ser obediente que correspondia aos ideais e leis do regime.
Este livro tornou-se substancial, devido à chamada de atenção em relação ao que nos rodeava. Orwell criou uma ficção literária, um romance completamente intemporal, que nos alerta acerca da “indústria do medo”, do mundo tecnológico, e do controle excessivo pelas pessoas que nos governam. Tudo isto é aplicável aos dias de hoje e também aos velhos dias que Orwell criticava e onde também habitava.
"A liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Quando se concorda nisto o resto vem por si" (Referência ao Big brother)