MÚSICA

  • none
por

No Super Bock Super Rock, a Umbigo apanhou o comboio já em andamento, o que por outras palavras se pode dizer assim: faltámos ao primeiro dia... Mas aproveitámos ao máximo o segundo! Depois de um belíssimo dia de praia e de nenhum vestígio de filas de trânsito, tudo adivinhava uma noite perfeita. Chegámos ao recinto do festival a tempo de assistir ao concerto dos The Rapture e a grande surpresa foi a organização das entradas e do estacionamento, assim como a arrumação e limpeza do caminho feito e até do parque de campismo. Não fosse toda a falta de sinalização nas estradas das redondezas, a coisa pareceria perfeita.

Chegados ao palco principal, tendo passado por todas as zonas de brindes, surpreendeu-nos a calmaria e falta de público. Não estariam todos nos brindes concerteza, dado a antipatia de muitos dos promotores. No stand de uma operadora telefónica quase nos batiam se perguntássemos alguma coisa. Assim, fomos à música. The Rapture deram um concerto sem grandes falhas nem grandes vitórias, estava tudo meio morno e eles não nos aqueceram. Mas a temperatura subiu depois, e muito, com o surpreendente concerto de Lana del Rey. Quem disse alguma vez que a menina não sabe cantar que se benza! Até quem não gostava passou a gostar. Ela apareceu vestida de branco e com uns saltos altos elegantíssimos, mas a pose era tudo menos inocente. Ela insinuou-se, ela tocou-se, ela sussurrou, subiu e desceu montes e vales com a sua voz. Fez amor com o público, é o que se pode dizer. Desceu do palco, segurou as mãos dos fãs e disse que o público português tinha sido o melhor que tinha tido até então. O concerto não foi longo, mas a verdade é que Lana já não tinha muito mais canções no seu repertório. Houve momentos doces e quentes num concerto memorável.

Como se não fosse suficiente, depois de Lana, veio M.I.A. E se alguém tinha arrefecido no intervalo, voltou a aquecer. Maya cantou músicas do primeiro e segundo disco, tendo cantado mais para o fim o single Bad Girls. Ninguém entendeu uma única palavra que saia da boca de M.I.A. Mas dançou-se muito e houve muita interacção com o público que acabou por ser chamado ao palco. Parte dele, pelo menos. No fim, M.I.A. ainda teve oportunidade de partir um micro e atirar outro ao público. No final estavamos todos em chamas.

O último dia de festival contou com cabeça de cartaz, e quiçá o mais esperado de todo o festival, Peter Gabriel. Este fez-se acompanhar da magnifica orquestra The New Blood Orchestra. Quase durante duas horas, o ex músico dos Génesis, com 62 anos, cantou para cerca de 20 mil pessoas que o aguardavam ansiosamente. Durante a sua performance com a orquestra ainda surpreendeu o público ao cantar a música Après moi em dueto com a cantora Regina Spektor.

Este dia começou com a espanhola Bebe que animou o público desde o início. A animação continuou quando Aloe Blacc entraram em palco antes de Peter Gabriel. Nesta altura estavamos a jantar, mas ouvia-se o público a cantar em coro “I need a dollar, a dollar is what I need hey hey”.

Passou-se pela tenda electrónica onde o Dj Henriq nos animou o espírito quase adormecido.

Em contagem decrescente para o concerto de Regina Spektor, ainda se ouviu os St Vicent a cantar “I don't want to be a cheerleader no more”. À uma da manhã no palco EDP entra Regina Spektor que embalou o público com as suas baladas animadas ao som do seu piano e dos seus músicos.

Depois de um dia mais ou menos calmo, depois de dois dias de festival e praia, o festival encerrou em grande com o norte-americano Skrillex e o seu electro house.

Deste festival retirou-se muita animação, boa música e brindes, assim como também, apesar das condições do espaço estarem melhores, muito pó nos narizes e macacos pretos. Mais? Só para o ano.

Rafael Maurício e Miguel Matos

ARTIGOS RELACIONADOS

Música

Newsletter

Subscreva-me para o mantermos actualizado: