MÚSICA

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Fotografias: Alípio Padilha.

E os caminhos infinitos pelo universo da música 

Começou na passada segunda-feira e acabou no domingo, mais uma edição de Jameson Urban Routes. O festival urbano que nos aquece o outono em Lisboa, pela 10ª vez.

Com os pés na Terra ou a cabeça na Lua, todas as sessões de concertos (contem-se 16!) nos levam a viajar.

Falo-vos especificamente do concerto de 65daysofstatic, que se poderia perfeitamente categorizar numa gaveta de "Música sobre a Eternidade", porque é para lá que aquelas guitarras nos levam.

Dão o seu próprio cunho ao post-rock que praticam, fundindo-o com a eletrónica e o glitch de um modo completamente orgânico. Acompanhados pelos Though Forms, subiram ao palco do Musicbox para nos transportarem aos universos intergaláticos do videojogo ao qual dão música e com ela toda a magia que lá procuramos.

No Man’s Sky de seu nome, Music for an Infinite Universe a sua banda sonora produzida pela penada, é mais que um videojogo sobre a exploração e criação de universos paralelos e fascinantes. É uma plataforma para nos evadirmos deste mundo em que o céu não é, efetivamente, de ninguém.

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Naquela sala, sentimos a angústia típica de um shoegaze menos eletrónico, ali mais grungy e emotivo. Esperávamos os visuais marcianos do jogo a pintar a sala, e a dar cor ao concerto. Não existiram, e ainda bem. Dizem que os cegos ouvem melhor. Foi quase esse o objetivo da banda de Sheffield. Os 65daysofstatic obrigaram-nos a fechar os olhos e a criarmos nós próprios, os nossos universos internos para dar corpo ao que tocavam.

Monolith, Asimov, Supermoon, Heliosphere foram os temas do novo álbum com que logo nos hipnotizaram até ao final do concerto. Revistaram os alguns dos discos anteriores The Fall of Math (2004) ou One Time for all time (2005) mas foi com teclas infinitas do piano que se despediram, fazendo a promessa que nos havemos de voltar a encontrar um dia destes. Talvez num universo paralelo.

Também Gold Panda, no dia anterior nos deu boleia para o Japão com o seu recém editado Good Luck and do your best. Uma declaração de amor ao país asiático mostrou-nos paisagens exóticas, marcadas pela eletrónica mais emocional, emersa em inspirações do jazz e mais uma vez a presença subtil de melodias de videojogos.

Dançámos, levantámos os braços e houve até quem saltasse e gritasse entusiasticamente. E sem que esperássemos: Telemóveis ao alto!

Assim que soaram as primeiras batidas de You, a plateia quase cheia, ergueu os ecrãs para iluminar o momento e guardar para sempre o tema mais emblemático do DJ.

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