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Fotografias: Lisboa Dance Festival.

Durante dois dias a Lx Factory virou pista de dança à beira Tejo.

Na segunda edição do Lisbon Dance Festival, vimos 11 mil pessoas que foram ali para dançar. Vimos 11 mil pessoas que sem preconceitos musicais e ouvidos abertos ao desconhecido, ali chegaram com a urgência de escutar uma batida ou outra que lhes despertasse aquele arrepio que sentimos à flor da pele.

Quem dança, seus males espanta. Tal como quem canta.

Foi assim que se estreou o festival. Com as rimas de Holly Hood, “O Dread que matou Golias”, veio da linha da Azambuja para a Fábrica XL e mostrou que é uma das grandes promessas do futuro do rap em Portugal. Trouxe consigo alguns convidados, entre eles outra das novas revelações do rap nacional, 9 Miller, que nos refrescou com a sua mais recente “Limonada”.

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Já o sol se havia posto, quando Tokimonsta se atreve a perguntar “Would you like to be my sunshine?” ao passar o tema mais mellow de Lil Yachty, na sua refinada seleção de hip hop, tripop, trap e drum'n'bass e dubstep. Desde Drake a Kendrick Lamar, a diversidade marcou o compasso do seu set, num início de noite que fez subir a temperatura.

E por falar em temperaturas elevadas, foi na Open House de Moullinex que também sentimos o calor do público ao rubro. Por ali passaram, sob a sua curadoria, convidados como Da Chick, DWARF, Magazino, Midnight, a aquecer o palco Zoot, nesta casa portuguesa, onde o talento nacional mostrou mais uma vez que a música eletrónica mora dentro de nós.

A Lx Factory tem esta peculiaridade interessante e mais pertinente que nunca, de não se fechar ao mundo exterior. Mesmo quem não fosse para o festival, tinha a possibilidade de assistir e vivenciar o Lisboa Dance Festival em cada canto daquele bairro fabril à beira Tejo.

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Exemplo disso foi a afluência que as Talks tiveram, durante a tarde de sábado. Falou-se do papel essencial das mulheres na cabine da pista de dança, de uma possível nova era dourada para o hip hop e da música que cada vez é mais de todos. Comunhão é a palavra de ordem e na Lx Factory, tivemos a oportunidade de assitir a concertos em lugares inesperados como o The Dorm ou a Livraria Ler Devagar. Apesar das longas filas de entrada nestes palcos mais pequenos, ninguém de arrependeu de esperar para ouvir Sam the Kid, Batida ou Riot.

No segundo dia, o romantismo de Mount Kimbie, levou-nos embalados por sintetizadores e teclados sonhadores, numa atuação que apesar de contida, nos conseguiu conquistar com os temas Made to Stray e Before I Move Off.

Chegou depois a vez de dançarmos sem vergonha com Hercules & Love Affair. Seria impossível não o fazer. Desde sempre foram assumidos descendentes do tão mal amado disco sem lhes faltarem as marcadas nuances da house. Ouvimos em primeira mão os singles do álbum que está aí à porta, e não se esqueceram de nos abrir os olhos para Blind, o tema originalmente cantado pelo one and only Antony Hegarty.

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E foi assim que nos abriram o apetite para o grandioso set de Hunnee onde não faltou o boogie nem a música africana, que rápida e harmoniosamente escalou para o techno.

A segunda edição do festival acabou com George Fitzgerald, o britânico que fez tremer a Fábrica Lx com um maravilhoso cocktail das várias vertentes do house. A prova de que a eletrónica está, mais que nunca, sintonizada em Portugal. A prova de que estamos todos na frequência certa.

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