DIÁRIOS DO UMBIGO

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À espera do comboio que será noturno na fronteira com o Laos, ouve-se em sussurro: mal posso esperar por sair daqui. Cabeças e suspiros acenam em compreensão – todos, de alguma forma, sentiram a hostilidade do Laos em pessoas e preços. A terra dos sorrisos aguarda do outro lado e até a guarda fronteiriça parece acolher-nos já de favor, assim que cruzamos para o lado certo.

Chegamos a Banguecoque às 7h do dia seguinte e é como se estivéssemos em casa. Todos nos cumprimentam, sorrisos e vénias, falam connosco, riem ao não perceber. Esbugalhados, queremos abraçá-los todos, como de saudade.

Agora já parece que foi há meses esta reentrada, mas não foi, que o visto é só de 15 dias e é sair outra vez.

Em Banguecoque tudo é comida novamente! Viva! Frango frito, fruta fresca, saquinhos de sopas e guisados e assados e crepes e doces e espetadas, até um buffet de saladas para estômagos mais sensíveis há e ainda só demos a volta ao quarteirão. Depois de 5 bancas volto a sentir-me em sintonia com o Universo.

Dia seguinte voo para as ilhas: esperam-me duas semanas de festa e imbecilidade, digo, bronzeado.

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Ko Samui, uma das princesas do Sul que há muito começou a descaracterização turística – ele é McDonald's, Burger Kings, Subway, 7/11, néons por toda a parte. Em Chaweng, refúgio dos backpackers, ainda se consegue fazer vida barata e ter uma praia de postal, mas com mais lixo. A festa aqui começa e acaba tarde, os lady boys prometem shows de cabaré a cada hora, as bancas de rua são de marisco em vez de noodles.

À porta de casa há palmeiras, cocos e esquilos. E baratas. A saber: se decidirem matar 5 baratas com aqueles sprays espetaculares, quando voltarem ao quarto vão ser 57 mortas-vivas a tentar escapar pelo mesmo sítio que vocês.

O ano novo tailandês vem aí e com ele mudamo-nos para Ko Phangan – que toda a gente diz Pánhã, não sei porquê.

Ainda no barco já achamos estar a chegar ao paraíso: Haad Rin aparece-nos no horizonte em forma de casinhas coloridas amontoadas numa pirâmide para o mar cristalino.

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Andamos 200m pela praia e descobrimos onde temos que ficar – uma piscina em cima do mar, um bar com 322 opções de comida e uma coisa anexada que já nem precisamos de ver para decidir (chamam-lhes quartos ou lá o que é).

Haad Rin é o epicentro das festas da lua cheia, nessa noite a multidão enlouquece até ao nascer do sol, desce à praia com os seus baldes cheios de whisky, corpos luminosos de tinta, e dança até desmaiar. Não acertámos no calendário lunar mas apontámos para o Songkran, a terceira passagem deste ano, que nos aguarda nos próximos dias.

Até lá: sol e beerpong.

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