Lisboa Open House
Este fim-de-semana Lisboa acolhe pela quarta vez o Lisboa Open House, evento que a Trienal de Arquitectura de Lisboa produz desde 2012, com o intuito de aproximar os cidadãos de Lisboa à história arquitectónica e urbanística da cidade, numa descoberta enriquecida por diferentes tempos e diferentes escalas de aproximação.
Numa celebração da arquitectura, que abrange edifícios desde o séc. XVII até à contemporaneidade, esta iniciativa pretende chegar ao grande público e despertar-lhe uma maior consciência acerca da cidade e dos edifícios que habitam. José Mateus, Presidente da Trienal de Arquitectura, fala-nos desta missão: “Em termos de arquitectura um dos grandes desafios e uma das grandes dificuldades que encontramos é, de facto, essa partilha com o grande público. Temos um público que muitas vezes não é exigente no campo da arquitectura como é por exemplo na compra do automóvel, o que é um paradoxo. Portanto, comunicar com o público especializado é muito mais fácil. Mas o nosso dever é comunicar com o público em geral, com os cidadãos, sendo essa uma das nossas frentes estratégicas, onde se insere o Open House. O fascinante é o momento em que conseguimos captar as pessoas que não têm ligação directa à arquitectura, para lá de viverem numa peça de arquitectura, a sua casa, e conseguirmos trabalhar para que esse público se torne mais exigente, mais informado e mais entusiasta em relação à arquitectura.”
Um roteiro de 70 espaços criteriosamente seleccionados, dos quais 40 são estreias e muitos deles desconhecidos ou inacessíveis ao cidadão comum. Com identidades diversificadas, desde escolas a palácios, passando por casas privadas e museus, a pluralidade do programa abrange desde os clássicos da arquitectura até projectos de raiz, incluindo reabilitações e diferentes usos e estilos, como o Barroco e o Modernismo. Os edifícios apresentados são da autoria de nomes consagrados a arquitectos emergentes, dialogando com percursos urbanos que também integram este programa, em visitas que tanto podem ser feitas de forma livre, ou acompanhada pelos voluntários do projecto como poderão ser guiadas por especialistas convidados. José Mateus, revelando acreditar estarmos perante a melhor edição deste programa afirma que “Há vários aspectos nesta edição que para nós era importantíssimo irmos mais longe: um deles é a precisão da organização e o profissionalismo e por isso fizemos um trabalho muito cuidadoso nas edições anteriores para perceber o que não funcionou tão bem, o que deixava dúvidas às pessoas. Outro aspecto fundamental foi termos a documentação e a informação sobre cada um dos espaços, revista e confirmada, verificada a autoria de cada projecto, de cada edifício até à sua génese, seja do séc XVII, ou séc.XVIII, acrescentando precisão e qualidade. Essa precisão e qualidade também se procurou em quem faz as visitas guiadas. Desta vez fizemos um esforço muito grande para alargar os convites a historiadores, investigadores, pessoas que reflectiram sobre alguns dos edifícios ou bairros que vamos mostrar.”
Numa pluralidade de discursos e possibilidades, os conteúdos desta edição pretendem alargar diferentes primas de entendimento sobre Lisboa: “Percebemos que devíamos mostrar de forma mais clara os diferentes layers ou lentes de aproximação à cidade. O zoom out, um olhar mais de cima e temos vários exemplos nesta edição a esse nível como o olhar a partir da Ponte sobre o Tejo, a porta de entrada sul da cidade de Lisboa; o Aqueduto das Águas Livres ou a cobertura do Reservatório da Mãe d´Água… diferentes pontos para olhar a geografia de cima para baixo” Há também a possibilidade de percursos subterrâneos, como a Galeria do Loreto e olhares sobre estratégias de desenvolvimento e expansão da cidade, como a visita às Avenidas Novas. “Depois na mostra de edifícios tentámos ser mais cuidadosos nas várias “categorias” de edifícios. Que escolas, cafetarias, infra-estruturas vamos mostrar? A oferta é muito mais rica e permite um descobrir da cidade mais forte e intenso.” realça José Mateus.
É realmente difícil escolher, delinear um percurso, numa oferta tão vasta que divide a cidade em sete zonas: Sul, Ocidente, Centro Histórico, Centro, Alvalade e Avenidas Novas, Norte e Oriente. Para facilitar a escolha irá existir um Info Point, onde se poderá recolher o mapa Open House Lisboa 2015 antes do evento, que funcionará nos dias 8 a 10 de Outubro na Roca Lisboa Gallery, na Praça dos Restauradores, das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h.
A Cidade é toda vossa!