ARQUITECTURA

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Imagem de capa: Praça do Comércio da cidade de Lisboa, Gaspar Frois Machado (atrib.), século XVIII (2ª metade). Gravura MC.GRA.978 Museu de Lisboa.

Os Bastidores de Lisboa Abertos ao Público

Lisboa está na moda: tem cada vez mais visitantes, prémios e distinções internacionais, que a elegem como um dos melhores destinos europeus. No entanto, já no século XVI, a cidade era admirada pelos seus visitantes pela “beleza da sua geografia e a animação da beira Tejo”, mas faltava-lhe “monumentalidade arquitetónica”. É com estas palavras que se faz a introdução à exposição A Lisboa que teria sido, patente no Pavilhão Preto do Palácio Pimenta / Museu de Lisboa. Comissariada por António Miranda e Raquel Henriques da Silva, mostra uma Lisboa que se tentou “grandiosa”.

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Parque da Liberdade, Raul Carapinha, arquiteto e pintor. Luís Augusto Duarte Silva (Maqueta), 1922

As cerca de 200 peças contam a história de uma cidade imaginada através do diálogo entre arquitetura e engenharia. São apresentados projetos desde o século XVI até à atualidade, parte do Arquivo Municipal de Lisboa e de coleções privadas, e que mostram uma parcela dos bastidores de Lisboa. A exposição apoia-se num trabalho de investigação rigoroso, ancorada nas várias peças encontradas, mas também em recortes de jornais da época, atravessando desta forma a história da cidade, recontando-a. Assentam-se naquilo que fica após séculos de mudanças: os planos que não vingaram, caducaram ou deixaram de fazer sentido. A escala, muitas vezes desajustada (ou não), promove a monumentalidade (tão) desejada.

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Vue Pespective de la grand place de Lisbonne nouvellement batie sur les desseins de François Marca, autor desconhecido século XVII (2ª metade). Gravura aberta a buril aguarela, MC.GRA.1411 Museu de Lisboa

A exposição foca-se em temas que foram e continuam a ser objeto de estudo e análise, tais como a frente ribeirinha (desde o Campo das Cebolas até Alcântara), a Avenida da Liberdade, Restauradores, Praça do Rossio, Martim Moniz, entre outros locais que são pontos de referência da cidade. Mostram também outros tantos projetos que poderiam ter mudado por completo a paisagem da cidade: os vários planos para a realização da ponte sobre o Tejo, atual ponte 25 de Abril; projetos onde se pretendia modernizar a cidade através da multiplicação das circulações, assente numa arquitetura em ferro; a Reconversão urbana do estaleiro da Mangueira, que promovia uma nova articulação da margem sul com o resto da cidade de Lisboa, do atelier Contemporânea (MGD + EJV); entre outros.

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Hotel Hilton – perspectiva de localização em vista panorâmica a 180º, F. Guerra. 1962 (atrib.). Impresso Museu de Lisboa

É descoberta uma outra Lisboa, que os comissários da exposição nos apresentam, e que revela a velocidade com que a cidade se obriga a modificar, onde os temas tratados atravessam séculos. É a procura de uma imagem de modernidade e de monumentalidade a constante, perpetuando-se apenas em papel.

Exposição A Lisboa que teria sido - Museu de Lisboa/Palácio Pimenta – Pavilhão Preto – até 18 de junho de 2017 – Entrada €3

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