ARQUITECTURA

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A exposição Rafael Moneo, Uma Reflexão Teórica a partir da Profissão – Materiais de arquivo (1961-2013), comissariada por Francisco González de Canales, revela década a década a carreira do consagrado arquitecto espanhol, prémio Pritzker, que consolida a sua profissão no campo teórico e na sustentação que este reflecte na sua prática projectual.

Reticente à ideia de se fazer uma retrospectiva da sua obra através de uma exposição, por sempre ter questionado o acto de expor arquitectura, dúvida que assenta na antiga questão de o espectador não estar perante o edifício mas sim de documentos que o representam, Rafael Moneo afirmou a vontade de dar a conhecer, nesta extensa selecção, muitos dos seus desenhos, capazes de traduzirem diferentes fases da sua reflexão em torno da disciplina e revelando, ao mesmo tempo, distintos modelos de representação gráfica que foram acompanhando a sua profissão ao longo do tempo.

O discurso curatorial da exposição que nos coloca a visitar desenhos, fotografias e maquetes da obra do arquitecto espanhol não de distância das “convencionais” exposições de arquitectura, mas enfatiza sim a diversidade de campos de investigação que Moneo foi tomando no seu percurso, oferecendo ao visitante uma viagem intensa pela sua obra, quase como se estivesse perante “um complexo painel de azulejos que, padrão a padrão, a vai traduzindo” como nos referia o comissário no dia da apresentação.

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Com uma carreira que não se consegue decifrar a partir de um “estilo” reconhecível de autor, os projectos presentes nesta exposição são exemplos de como a sua obra se foi distanciando das questões de “moda”, mostrando pontos de vista pedagógicos e relações que o arquitecto foi estabelecendo com a própria história da arquitectura, assumindo, nas palavras do comissário, “a difícil posição de reivindicar a arquitectura como cultura e como forma específica de conhecimento”. E é desta forma que conseguimos nesta exposição ler mutações tão importantes que a arquitectura contemplou ao longo da segunda metade do século XX, através de um arquitecto capaz de reflectir sobre todas elas e que Francisco González de Canales evidencia “desde as tendências organicistas e estruturalistas dos anos 50-60 aos discursos italianos sobre a cidade nos anos 60-70, à ansiedade teórica dos arquitectos da costa leste norte-americana nos anos 70-80, à criação do star system global dos anos 90”.

Rafael Moneo revela na sua obra a inquietude de decifrar o papel do arquitecto na sociedade em cada tempo, bem como as derivações que esta sofre com as diferentes fases da sua vida, como a da influência da Escola de Madrid, das aprendizagens que recebeu em Nova Iorque e o momento em que se torna director do Departamento de Arquitectura de Harvard e conquista, assim, o reconhecimento internacional.

Visitar esta exposição é muito mais que viajar por um conjunto de edifícios que se tornaram marcos da sua obra como são exemplo a estação de Atocha, o Museu Romano de Mérida ou a Catedral de Los Angels, é também depararmo-nos com olhares específicos sobre temas como composição, tipologia, construção ou local que, de forma assumida, vão revelando influências de outros arquitectos como Aldo Rossi.

A visitar até ao próximo domingo, dia 23 no CCB – Garagem Sul, das 10h às 18h.

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