NOTAS SOLTAS

  • none

Remédios (in)falíveis para curar os excessos das festas

À primeira vista, parece um mau presságio, uma previsão catastrófica, um texto moralista, uma chamada à razão, um elogio à contenção e à sobriedade. Mas não - trata-se tão-só de uma antevisão um tanto ou quanto óbvia: muitos de nós iniciaremos o ano a sofrer de veisalgia.

O hipocondríaco já se interroga: veisalgia?, não conheço, também quero, vou já consultar o Simposium. Quais os sintomas? Terá cura?

Ora bem, vejamos os sintomas: sentes um carrilhão a vibrar nos ouvidos? Um bando de estorninhos a bicar-te os olhos? Um gosto na boca a papel de música ainda com a tinta fresca? Tens apenas uma vaga ideia do que aconteceu nas últimas horas? Se sim, estás com veisalgia (do norueguês kveis,“mal-estar depois da orgia”, e do grego algia,“dor”). Em bom português: estás com uma valente ressaca!

Agora só tens de arranjar uma cura para te livrares de um mal felizmente passageiro que afecta periodicamente os humanos desde que começaram a fabricar vinho e cerveja já há uns milhares de anos… Propomos-te então 6 remédios (in)falíveis que vão do cientificamente comprovado ao empiricamente testado, passando pelos mais fantasiosos e criativos:

imagem3

1 - Não há nada como a prevenção, por isso, para quem conseguir programar os seus excessos, recomenda-se que tome um 1g de carvão activado antes de sair - mas atenção, pois só fará efeito se no regresso se tomar nova dose de 1g do mesmo produto. Demasiado rebuscado, dirão.

2 - O clássico: tomar Guronsan, que não foi um remédio pensado exclusivamente para este efeito mas que tem uma legião de seguidores ressacados. Dispensa apresentações e publicidade.

3 - Os amantes do exotismo e/ou fãs de mezinhas caseiras podem sempre experimentar esfregar metade de um limão no braço antes de começar a beber - em Porto Rico acredita-se que é remédio santo. Noutros pontos do globo, há crenças que levam ao consumo de ovos crus ou de sopa de tripas, a lamber o suor de outra pessoa ou a comer pénis de touro seco. Isto das curas, metade vai nas crenças de cada um e quem somos nós para duvidar das crenças alheias…

4 - Ter uma mamã que nos faça um caldo quentinho, um consommé, uma sopa alentejana. Pode não ser cura milagrosa, mas repõe os sais minerais, a água e os hidratos de carbono que o álcool queimou.

5 - Arrependermo-nos, jurar só tomar bebidas saudáveis e começar o pequeno-almoço com bananas e sumos naturais, de laranja, manga ou ananás. Ou, pelo menos, beber água, muita água, que o corpo está precisado.

6 - Por último, há os que seguem a velha máxima dos bebedores inveterados - para evitar a ressaca, continuar a beber. (Mordedura de cão cura-se com pêlo de cão.)

Na realidade, o melhor remédio para a ressaca é o tempo. Cedo ou tarde, depois de umas boas horas de sono, ela desaparece como chegou. Por isso dá tempo ao tempo e, depois de te sentires capaz de escrever, partilha aqui connosco qual é a tua cura (in)falível para a ressaca.

ARTIGOS RELACIONADOS

Notas Soltas

Newsletter

Subscreva-me para o mantermos actualizado: