Até 10 de janeiro de 2015, no espaço, no palco, no ecrã e no microfone, o Festival Temps D'Images apresenta uma programação transversal e contínua, que inclui espetáculos, instalações, conferências e filmes.
Vamos poder ver 20 espectáculos, 6 instalações, 5 conferências e 70 filmes dos quais farão parte 37 artistas, 19 locais e 15 programadores.
Entre toda a oferta damos três sugestões:
Solange Freitas & Catarina Vireira – Ex Machina
3 a 5 de Dezembro
Ex Machina pretende ser uma pesquisa à volta do conceito de deus ex machina. Pretendemos investigar as diferentes aparições e representações da figura do deus ex machina, na literatura, no teatro, no cinema, quer nos clássicos, quer nos contemporâneos, para refletir, não só sobre este mecanismo dramatúrgico tão eficaz, quanto espetacular, mas sobretudo para repensar os elementos comuns a todas estas representações do sobre-humano, sobre os Super-heróis. Quais são os deus ex machina contemporâneos? Quem tem poder para nos salvar das encruzilhadas? Quem são os novos super-heróis? Quem são os nossos super-heróis? Queremos refletir sobre as soluções milagrosas que surgem quando menos se espera e como, na literatura e no cinema, vêm sempre associadas a uma certa ideia de espetacularidade, de assombro. Em Ex machina, os problemas não existem, não há drama, apenas deus ex machina que fazem as suas aparições espetaculares e dramáticas, revelam os seus super-poderes.
Tim Etchells – Starfucker
Carpe Diem Arte & Pesquisa – 20 de Setembro a 20 de Dezembro
Explora, divertidamente, o absurdo de transformar a linguagem em cinema, criando um pernicioso filme virtual usando texto e som. O espectador é convidado a imaginar um catálogo de estrelas de Hollywood numa sequência de cenários de inverosímil violência ou intimidade – morte, perigo, jetlag, tédio, sexo e doença. O texto revela-se linha a linha, com letras brancas sobre o fundo preto – automaticamente evocando, eventos, acções e imagens, na mente do espectador, enquanto a banda sonora atmosférica e minimalista de John Avery, sublinha o estado de espírito invocado pelo texto.
Isabel Nogueira + Paulo Furtado – A Kind of Blue
Carpe Diem Arte & Pesquisa – 17 de Dezembro
Há sensivelmente vinte anos (1993), Krzysztof Kieslowski e Derek Jarman realizavam dois filmes com o mesmo título: Blue. Ambos nos remetem para um universo que tem início na cor, mas que segue infinitamente para além dela. E que, inclusivamente, se liga de modo intenso com a música, que, por conseguinte, assume uma tónica determinante nos filmes em questão.
Krzysztof Kieslowski constrói um filme narrativo, contrariamente a Derek Jarman, que nos convida a entrar por uma hipnótica sucessão de quadros de texto e azul saturado. Curiosamente, Blue – no caso de Kieslowski, a par da trilogia Blanc e Rouge, ambos de 1994 – foram os derradeiros filmes dos realizadores. Talvez aqui resida algo de confessional, dorido, inquieto e feliz, ao mesmo tempo. Num estado de condensação incómoda e bela. Esta instalação encontrou um ponto de partida neste universo, situado entre o visível e o invisível, reinventando-o: A Kind of Blue.
Aqui vos deixamos o programa para que possam fazer as vossas escolhas.



























