GULBENKIAN PRÓXIMO FUTURO

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Fotografia: Sofia Berberan.

É com a peça de teatro As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino que o Próximo Futuro irá iniciar a sua programação nos dias 2, 3 e 4 de setembro. Trata-se de uma peça a partir da obra homónima de Breyten Breytenbach que terá a sua estreia mundial no Teatro do Bairro. A adaptação e encenação é de Rogério de Carvalho e a coprodução está a cargo de Teatro Griot/Próximo Futuro.

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino é uma adaptação da obra homónima do sul-africano Breyten Breytenbach, em que o autor escreve sobre as suas memórias do cárcere. Uma narrativa excruciante da sua viagem através da máquina infernal do sistema prisional sul-africano, com todo o seu cortejo de horrores, histórias inacreditáveis, figuras humanas. É uma reflexão do prisioneiro isolado de todas as suas ligações com o mundo, que acaba por duvidar da realidade daquilo que vive. Um texto que é ao mesmo tempo um testemunho dramático e uma obra literária de grande qualidade poética.

Segundo escreveu Rogério de Carvalho: "Como dizer este texto de Breytenbach? Como manifestar a carga poética que o livro transporta? Que tipo de realidade dramática se pode construir? Exclamativa (tragédia)? Narrativa? Afirmativa? A questão do Teatro como Arte tem sido sempre encontrar os meios justos para dizer e traduzir o que vivemos: o que tem lugar não se pode dizer com a língua que se fala vulgarmente – é necessário encontrar outras modalidades de palavras para dizer o que nos acontece coletivamente. E esta é a razão fundamental para a escolha de As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino de Breyten Breytenbach.

Nascido em Bonnievale, na África do Sul, a 16 de setembro de 1939, Breyten Breytenbach é escritor, poeta, pintor e professor mundialmente reconhecido. Estudou Literatura e Filosofia na Universidade do Cabo. Em 1959 deixa a África do Sul num cargueiro português rumo a Lisboa. De Lisboa viajou “à boleia” para Paris, onde casa com uma mulher franco-vietnamita, violando assim uma lei sul-africana que proíbe casamentos “mistos”. Em 1975 regressa à África do Sul com um passaporte falso e envolve-se na luta contra o sistema de apartheid. Nesse mesmo ano é preso, julgado e condenado a 9 anos de cadeia por participação em atividades terroristas. Em 1977 é galardoado com o Prémio Internacional dos Editores (Prémio dos Sete), que lhe garante a publicação em sete países, entre os quais Portugal.

A peça As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino é o culminar do Ciclo de Teatro Dedicado a Autores Africanos, da iniciativa do Teatro GRIOT, uma companhia com forte presença de artistas afrodescendentes dedicada à exploração de temas relevantes para uma identidade africana em Portugal. A peça constitui o seu 3º episódio, depois de A Raça Forte de Wole Soyinka (encenação de Nuno M. Cardoso, 2013) e  A Geração da Utopia de Pepetela (adaptação e encenação de Guilherme Mendonça, 2014).

Dias 2, 3, 4 setembro, 21h30, Teatro do Bairro

Ficha Técnica

Texto: Breyten Breytenbach
Adaptação e Encenação: Rogério de Carvalho
Elenco: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni LourenÁo, Maria Duarte, Matamba Joaquim, Miguel Eloy, Zia Soares
Desenho de luz: Jorge Ribeiro
Figurinos: Rosário Moreira
Design gráfico: Sílvio Rosado
Fotografia: Sofia Berberan
Produção: Teatro GRIOT e Programa Gulbenkian Próximo Futuro

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