Imagens de capa: Miguel Palma, Labirintos, 21,5x29,5 cm.
Nesta sua nova exposição intitulada Réplica, Miguel Palma apresenta a escultura KM Zero (2017) e o conjunto de desenhos Labirintos (2017), duas obras onde se verificam os efeitos imaginários da passagem de um sismo de grande intensidade.
KM Zero é formada por um modelo de uma catedral que é sujeito a vibrações e aparentes danos estruturais. Em Labirintos – um grupo de cerca de 80 desenhos, onde são justapostas coloridas manchas de tinta acrílica com colagens de máquinas, arquiteturas e veículos diversos – a componente pictórica remete para vistas aéreas de um território imaginário, eventuais pistas de automobilismo, frequências e vibrações de possíveis ondas sísmicas, radiofónicas e luminosas; trata-se do rasto deixado pela trincha, quando sujeita a um movimento constante, quase mecânico, aplicado pelo artista, através do qual são criados efeitos coloridos abstratos.
Réplica é produzida pela Ocupart e pode ser visitada, até 3 de junho, no espaço da Editora da Livraria Sá da Costa (Praça Luís de Camões, nº22 - 4º andar, Lisboa), de segunda a sexta das 12h às 19h e sábado, dia 20 de Maio, das 10h às 19h, no âmbito do programa paralelo da ARCO Lisboa.
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Miguel Palma (Lisboa, 1964) vive e trabalha em Lisboa. Expõe regularmente desde o final dos anos 1980. O seu percurso artístico, de base escultórica, é marcado por instalações produzidas de forma não tradicional. Colabora frequentemente com equipas de engenheiros, mecânicos, carpinteiros e biólogos, entre outros especialistas. O seu trabalho tem um carácter híbrido, ligado à produção industrial do século XX.
A obra de Palma aborda frequentemente o modo como a tecnologia tem influenciado a vida do homem moderno, a sua relação com o ambiente, a ideia de conforto humano ou a ideia de poder. Paralelamente à construção de instalações, de grande e média escala, recorre frequentemente ao desenho, ao vídeo, à performance, à construção de miniaturas dos seus projetos e de livros de artista.