Fotografia: David Drew Zingg.
No dia 13 de Setembro às 21h30 o Grande Auditório da Fundação Gulbenkian vai receber o espectáculo Eterno Pixinguinha. Mais uma programação Próximo Futuro.
Músicos jovens e veteranos juntam-se para celebrar a obra monumental de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nascido há 117 anos, a 23 de abril de 1897, data que se tornou o Dia Nacional do Choro. Eterno Pixinguinha inclui adaptações de arranjos escritos para “O Pessoal da Velha Guarda”, programa que o Almirante manteve na rádio Tupi nos anos 1940 e 1950 e que reunia, além do maestro Pixinguinha e da sua fabulosa orquestra, o mítico flautista Benedito Lacerda e o seu grupo regional. Alí, Pixinguinha espalhou a sua versatilidade num repertório variado, num impressionante e prolífico mergulho nas diversas correntes que desaguam na sua personalidade musical.
Vídeo com imagens (recolhidas por Thomaz Farkas) de uma performance de Pixinguinha com o pessoal da Velha Guarda, no dia 25 de abril de 1954, no Parque de Ibirapuera, durante as comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O material foi sonorizado em 2004 pelo Instituto Moreira Salles & Cia. de Áudio e Imagem.
Pixinguinha nasceu no bairro da Piedade, Rio de Janeiro, filho de Alfredo da Rocha Vianna e Raimunda Maria da Conceição. O pai, funcionário da Repartição Geral dos Telégrafos, era também flautista amador e, além de possuir um grande arquivo de choros, costumava promover reuniões musicais em sua casa, às quais compareciam reconhecidos chorões da época, como Irineu de Almeida, Mário Álvares, Cândido Pereira da Silva, Quincas Laranjeiras e outros. Neste universo, cumpriu Pixinguinha as primeiras etapas da sua aprendizagem musical, vindo a tornar-se compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos pilares da moderna música popular brasileira.
O Acervo Pixinguinha chegou ao Instituto Moreira Salles em 2000 através de acordo firmado com os seus herdeiros. É composto por documentos pessoais, medalhas, troféus, álbuns com recortes de jornal, fotografias, peças de vestuário e discos, além da flauta utilizada durante muitos anos pelo músico. O núcleo mais importante, contudo, consiste num conjunto de partituras que soma quase mil títulos, grande parte deles de arranjos escritos por Pixinguinha entre os anos 1930 e 1950. Este rico material vem sendo criteriosamente estudado e trabalhado desde 2009, e já produziu quatro publicações com partituras editadas: Pixinguinha na pauta - 36 arranjos para o programa O Pessoal da Velha Guarda (IMS/Imprensa Oficial de São Paulo, 2010), Pixinguinha - Inéditas e Redescobertas (IMS/Imprensa Oficial de São Paulo, 2012), apresentando 20 composições no formato melodia/cifra, Pixinguinha - Outras pautas (IMS/SESC/Imprensa Oficial de São Paulo, 2014), trazendo mais 44 arranjos para a formação da Orquestra do Pessoal da Velha Guarda, e O Carnaval de Pixinguinha (IMS/SESC/Imprensa Oficial de São Paulo, 2014), com 25 arranjos para uma formação menor, na tradição das bandas.
Serão interpretadas peças inéditas (Ignez, One step, Poética etc), reduções de arranjos originalmente escritos para o Pessoal da Velha Guarda (Assim é que é, Minha gente, Marreco quer água etc.) e releituras de clássicos (Lamentos, Rosa, Carinhoso), percorrendo os principais géneros legados pelo mestre: choro, maxixe, valsa e polca.
13 setembro, 21h30, Grande Auditório da Fundação Gulbenkian
Ficha Artística
Bia Paes Lemos, cantora e apresentadora
Nailor Proveta, clarinete
Pedro Aragão, bandolim
Rui Alvim, sax alto
Pedro Paes, sax tenor
Paulo Aragão, violão
Mauricio Carrilho, violão de 7 cordas
Jayme Vignoli, cavaquinho
Marcus Thadeu, percussão