Finalmente um documento escrito e fotográfico da pré-história do Rock’n’Roll em Portugal, de 1955 a 1982.
Em geral, o grande público português foi induzido pelos media curriqueiros a acreditar que o “paizinho do Rock português” foi Rui Veloso. Pois, senhoras e senhores, desenganem-se porque a grande aventura começou em 1955 com Zurita de Oliveira (compositora, cantora e guitarrista), Joaquim Costa, Carlos Menezes (um dos primeiros a introduzir a guitarra eléctrica no início da década de 50), pouco depois Victor Gomes e os seus Gatos Negros, Ekos etc, etc.
Na capa de Portugal Eléctrico uma fabulosa fotografia do “rei do twist/rock”, Victor Gomes, vestido a rigor, de cabedal negro e com uma expressão facial e física digna dos maiores rockers internacionais da altura: Elvis Presley, Vince Taylor, entre outros.
A autoria do livro pertence a Luís Futre e Edgar Raposo (Groovie Records). Depois várias pessoas do mundo musical e artístico colaboraram em Portugal Eléctrico, como Afonso Cortez, João Carlos Callixto e Luís Piedade. No entanto o grande impulsionador para a feitura do livro foi Luís Futre – que ao longo de décadas tem vindo a coleccionar verdadeiras preciosidades da música portuguesa e estrangeira tais como discos, revistas, livros e flyers. Tem contactado os músicos que pareciam estar esquecidos nas prateleiras empoeiradas da história da música, outrora jovens músicos cheios de energia e com vontade de revolucionar o cinzento Estado Novo português, agora músicos séniores como o grande Daniel Bacelar ou Luís “Franjas” ex-The Steamer’s, ainda a tocar e a compor. Infelizmente, outros faleceram como Joaquim Costa (15 de Fevereiro de 2008) mas as suas estrias estão registadas neste livro, bem como um espólio fotográfico imperdível.
Edgar Raposo, co-autor do livro, e Luís Futre fazem desta forma uma homenagem aos pioneiros do Rock português e dão a conhecer aos “tugas” e aos estrangeiros um “limbo” musical que nunca foi devidamente analisado. Bem hajam, pois!
Nós, público ávido de conhecimento, ficamos a aguardar por um segundo volume ainda mais aprofundado e com mais estórias por contar.
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