A Galeria António Prates tem agora patente uma exposição colectiva de street art. “Além Paredes”, segue uma das mais importantes correntes artísticas da actualidade, a Street Art ou Arte Urbana. A exposição engloba obras de 10 artistas nacionais já com um extenso trabalho nesta vertente artística, Costah, Dalaiama, EL ST, ± , MAR, Maria Imaginário, Pantónio, RAM, Target, e YUP- Paulo Arraiano, e conta ainda com a presença especial de um artista estrangeiro, de renome no meio da Street Art, Robert Proch.
A exposição em si traz alguma novidade à Galeria, já que os artistas foram convidados a trazer a rua para dentro da Galeria, e pintar a totalidade da exposição dentro da Galeria, nas suas paredes. Sendo assim, o espaço será dinamizado pelas pinturas e instalações dos artistas, às quais não foram impostos limites de escala ou de ocupação de espaço, resultando num projecto de cariz instalativo e inovador, pleno de colaborações e improvisos, um projecto de uma escala e impacto inéditos numa Galeria comercial portuguesa. Com esta atitude, a Galeria pretende esbater os limites entre o que estes artistas fazem na rua e o que fazem num espaço interior como uma Galeria, dando a provar ao público a verdadeira vida própria de que está imbuída esta forma de criação artística.
Por ocasião desta exposição, será lançado, a posteriori, um catálogo bilingue (PT-EN) editado pela Galeria, com reproduções das obras realizadas para a exposição e texto do jornalista e autor street art Miguel Moore. A propósito da street art, e desta exposição, Miguel Moore afirma: “Esta nova proposição estética tem-se desenvolvido ao longo das últimas décadas longe dos espaços habituais que têm acolhido e promovido a arte contemporânea, privilegiando ao invés a criação no meio aberto, na dinâmica da floresta de signos em que a cidade de hoje se transformou. Selvagem e ecléctica por natureza, a arte urbana prima pela irresponsabilidade errática e inocente da condição libertária por excelência e o fulgor da expressão primária fundamental, livre das restrições de ordem formal ou plástica que têm determinado o desenvolvimento de outras linguagens visuais correntes. Interagindo com, re-ocupando e re-interpretando as estruturas físicas e culturais da cidade, da arquitectura ao mobiliário urbano, da publicidade a outros suportes de comunicação visual pública, estas novas manifestações visuais e gráficas não-sancionadas têm-se imposto como parte integrante do desenvolvimento do espaço urbano actual. Habituado a conviver e a competir com a multiplicidade de linguagens visuais que formatam o espaço urbano contemporâneo, o trabalho destes 11 intervenientes condensa um reflexo abrangente da realidade multifacetada e pluridisciplinar do panorama actual da arte urbana.
Reflecte igualmente a vitalidade energética destas novas propostas que tem florescido tanto na rivalidade como na complementaridade de espaços e ideias, linguagens e emoções, significado e intenção dos seus autores. Na transposição para o espaço fechado da galeria, o que se perde do jogo autoral de re-apropriação do espaço público, ganha-se na possibilidade de encetar um diálogo mais intimista e reflectido, tanto entre os artistas entre si, como entre estes e o público.”
A exposição estará patente ao público até ao dia 12 de Maio e a entrada é gratuita.
Galeria António Prates
Rua Alexandre Herculano, 39A, Lisboa
Horário: 2ª a 6ª feira das 11h às 20h
Sábados das 15h00 às 20h