MÚSICA

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Dezembro está quase a chegar e é de 04 a 07 que a ilha da Madeira se enche de música com o festival Madeira Dig, um festival que prima por um excelente selecção de música electrónica em locais idílicos como a Casa das Mudas e a Estalagem Ponta do Sol. A Umbigo vai lá estar a fazer a cobertura e entretanto falámos com Rafael Biscoito, director do Festival, que nos contou como tudo acontece.

Poucos festivais têm como palco espaços idílicos como a Casa das Mudas e a Estalagem  Ponta do Sol. Considera que é esta também uma perspectiva bastante diferenciadora?

Claro que sim. O própio facto de se realizar na ilha da Madeira é só por si já um factor bastante diferenciador. Entre a Casa das Mudas e a Estalagem da Ponta do Sol o festival desenrola-se num cenário virado para a imensidão do oceano Atlântico, com a impressionante dimensão das montanhas madeirenses sempre presente.

Quais são os nomes mais sonantes para este ano e quais aconselha?

Tem sido nossa opção, na escolha para cada edição do festival, de um conjunto de propostas musicais relativamente diversificado, representativo de diferentes sensibilidades musicais no âmbito estrito da orientação dada ao festival (músicas de raíz electrónica e experimental), que procuramos apresentar de uma forma harmoniosa. Dito isto, podemos dizer que é difícil apontar com total clareza um cabeça de cartaz e aconselhar alguns nomes em detrimento de outros. São todos complementares e igualmente aconselháveis pelas sua diversidade. Podemos, no entanto, destacar a presença este ano de projectos consagrados como A Winged Victory for The Sullen ou Supersilent, da impressionante Haley Fohr, a solo, como Circuit Des Yeux, de um showcase da editora Mego (celebração do 20º aniversário de uma editora essencial, que reúne no seu catálogo um conjunto impressionante de artistas fundamentais no âmbito da músicas que o nosso festival apresenta), e do virtuoso percussionista Eli Keszler acompanhado pelo 'mago' Rashad Becker. Finalmente, a aposta que sempre fazemos num nome emergente recai este ano no energético quarteto feminino Selvhenter.

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Como surgiu a associação do festival com a editora Mego?

Conhecemos o responsável pela editora (Peter Rehberg) desde há já vários anos, ele aprecia o festival e a ilha da Madeira, já esteve no Madeira Dig em ocasiões anteriores, e tínhamos falado já anteriormente da possibilidade de realizar um evento da editora na ilha (num contexto próprio, distinto do Madeira Dig, um evento exclusivo da editora, que acabou por não ser possível concretizar). Para assinalar a celebração do 20º aniversário neste ano de 2015, a editora planeou a realização de uma série de showcases um pouco por todo o mundo e a Madeira foi um dos locais idealizados para o efeito. Recebida a proposta, julgamos ser pertinente incluir este showcase na própria programação do Madeira Dig, numa noite dedicada em exclusivo à Mego.

(Não temos como regra programar noites dedicadas a editoras. Só em duas ocasiões julgamos importante fazê-lo, pela relevância das mesmas. Este ano é o caso da Mego. Anteriormente tínhamo-lo feito com a editora britânica Touch, a propósito da celebração do seu 25º aniversário).

Gostaria que me descrevesse um pouco o ambiente do festival e qual o tipo de público que o frequenta? Há uma maior afluência de público internacional ou nacional?

Faz parte do conceito do festival, e decorrente da sua localização e condições específicas (por exemplo, o festival é limitado a apenas 200 pessoas – a capacidade do auditório da Casa das Mudas), a criação de um ambiente descontraído e intimista, propício ao diálogo e ao convívio, e ao esbater das fronteiras entre artistas e público. Esta ambiência, os cenários em que decorre o festival, a temperatura agradável que normalmente se faz sentir nesta altura do ano e, claro, essencial, uma programação muito cuidada, contribuem decisivamente para todos o anos atrair um público internacional oriundo dos mais diversos países europeus. Trata-se de um público conhecedor e aberto a novas experiências. Os estrangeiros representam aproximadamente 80% da assistência do festival (os restantes 20% são portugueses, dividindo-se entre locais e um cresceste número de visitantes do espaço continental).

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Como surgiu o Madeira Dig?

O festival surgiu em 2004 na sequência de um convite efectuado pelo Governo da Região Autónoma da Madeira (Secretaria Regional de Educação) para, no âmbito do desenvolvimento de um  projecto educativo (Projecto Netacção), organizar um evento que evidenciasse a aplicação das TIC (tecnologias de informação e comunicação) no campo das artes performativas. Foi inicialmente pensado para ter uma duração de apenas dois anos (a duração do incentivo financeiro do governo regional), mas rapidamente apercebendo-nos do potencial do Madeira Dig para se afirmar no calendário internacional deste tipo de festivais decidimos, assumindo-o definitivamente como um festival orientado para as músicas de raiz electrónica e experimental, dar continuidade ao projecto por iniciativa própria.

As três primeiras edições realizaram-se na cidade do Funchal. Em 2007, na sequência dum protocolo estabelecido com o Centro das Artes Casa das Mudas, o festival mudou-se para a zona oeste da Ilha. Foi feita também nessa altura a parceria com a Estalagem da Ponta do Sol, surgindo o formato que perdura até hoje (fim de semana prolongado, de sexta-feira a segunda, no primeiro fim de semana de Dezembro, com dois concertos por dia no Auditório do Centro das Artes, seguindo-se after-sessions na Estalagem da Ponta do Sol). Em 2009, iniciámos a colaboração com um parceiro baseado em Berlim, a Digital In Berlin, um passo importante para a expansão e projecção internacional do Madeira Dig.

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