MÚSICA

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Fotografias Vera Marmelo.

Galeria Zé dos Bois – Lisboa, 20-05-2015.

Duas figuras importantes do rock independente dos dois lados do atlântico pisaram o palco da ZDB para um concerto em conjunto. Jad Fair, um dos grandes nomes do underground americano e do lo-fi, que se notabilizou com a sua banda de sempre, os Half Japanese, mas também em inúmeras colaborações com Teenage Fanclub, The Pastels, Yo La Tengo, Daniel Johnston, entre outros. É tambem artista visual. As capas dos discos de Half Japanese, por exemplo, são da sua autoria. Norman Blake é guitarrista e vocalista dos Teenage Fanclub, uma das melhores bandas escocesas dos últimos trinta anos, mestres na composição de belas canções pop que tanto devem à folk britânica como aos Big Star ou The Byrds.

Estes dois músicos têm colaborado esporadicamente nos últimos quinze anos e foi a primeira vez que os vimos juntos em palco em território nacional.

Com uma simplicidade desarmante, desfilaram canções do álbum Yes, editado este ano, mas também duas canções que Blake compôs para os Teenage Fanclub (Start Again e I Don´t Want Control of You, curiosamente ambas do álbum Songs Of Northern Britain), mas também versões de Daniel Johnston, Sandy Denny e, dois dos momentos altos da noite, as versões de The Kids Are Alright dos The Who e Foggy Notion dos Velvet Underground, sempre com os músicos a trocar de instrumentos e a alternar as vocalizações. Norman Blake cantou as canções de teor mais tradicionalista, e Jad Fair protagonizou os momentos mais experimentais e radicais, cantando sobre anjos, a sua obsessão com os Beatles, ou simples mensagens como a importância de desfrutar da vida, encantando os presentes com o seu estilo vocal muito peculiar, deixando fluir as palavras de forma ternurenta mas também algo alucinada, num registo mais falado do que cantado e, por vezes, recorrendo à improvisação. O músico americano ainda protagonizou os momentos mais electrizantes e caóticos da noite, quando tocou guitarra com som esquizóide, que mais parecia o som de gatos assanhados (chegou a parti-la) ou a demonstração de como não é preciso saber tocar um instrumento para expressar emoções, de acordo com a doutrina do punk.

Jad Fair / Norman Blake 10

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