One’s own arena
“Cada pessoa tem uma forte individualidade – devido à forma como foi fotografada – criando uma resistência a ser conquistada pelo espectador”.
José Pedro Cortes viajou até à cidade japonesa de Toyama onde estabeleceu uma relação intensa e contínua com um grupo de pessoas com quem conviveu. Ao longo de dois meses as imagens foram acontecendo.
Tudo começou em 2012, altura em que o fotógrafo foi convidado por uma fundação japonesa a ir à cidade de Toyama no âmbito do projecto European Eyes on Japan. Conheceu várias pessoas e o seu envolvimento com um grupo despertou-lhe a vontade de voltar para passar mais tempo com eles, criar um livro e uma exposição. Voltou em 2015, umas pessoas levaram-no a outras tornando-se modelos em imagens reveladoras de proximidade. “Com algumas das fotografias estabeleci uma relação entre o lado mais tenso da procura do corpo e da forma; outras estão relacionadas com os objectos e com a vida tal como ela acontece criando-se um choque entre o lado forçado do fotógrafo a dirigir alguém e o lado mais natural”, conta José, acrescentando que “a relação das mulheres comigo, talvez por questões culturais, era muito menos desconfiada pois não duvidavam da minha posição como fotógrafo. A partir do momento que se permitiam fotografar gerava-se uma confiança e uma falta de medo”.
O livro, editado pela Pierre von Kleist faz parte de uma trilogia de outros dois projectos, um sobre a Costa da Caparica e outro passado em Telaviv em que fotografou mulheres judias nascidas nos Estados Unidos que foram fazer o serviço militar. Já One’s own arena “anda à volta deste grupo de pessoas que trabalharam comigo a explorar a relação do corpo com a arquitectura, com a superfície e com a materialidade das coisas”.
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Para ver no Museu da Eletricidade até 13 de dezembro
De terça a domingo, das 10h às 18h