(poemas de Maria Fernandes para fotos e títulos de Fedra Espiga Pinto)
–
haviam detonado
uma após outra
as minas
judas-de-vidas
que surgiam
em filas
de urgências
e epidemias
num ápice
a ordem instalada
instada
a olhar-nos
desde
o sempre-cosmos
–
tanta pressa para quê
se a reivindicação
de mortes
dura ainda
até ao fim do mês
– e todos
em casa
com um
cadáver
de estimação
–
poderia sempre
fitar
o cerne irresoluto
em tempos definidos
por compassos
esdrúxulos
nunca a ténue
ideia
de ser real
por entre
a luz opaca
da forma
– depois disto,
o desabrochar
a cada giro
–
ou por outro lado
imiscuir-me
a olho-nú
assim sendo,
e o azul-veludo
devolvendo-nos
a sobriedade
de se saber
ermo
a cada pulsar
de pétalas-caos
e nisto,
– caio
–
desde o mais
alto dos saberes:
– vive-se
e morre-se
prenhes do son(h)o
em bolhas
que---------------------mais
--------------não
permite
que se flutue
a cada réstia
de corpo morto
nos braços
de cada um
de nós
–
* Este texto não é escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.