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Fotografias: António Néu.

Fora das grandes cidades os museus correm o risco de se transformar em fantasmas. A falta de público luta contra uma importante existência para os poucos habitantes que nutrem interesse por arte contemporânea.

No antigo Palácio da Inquisição em Évora, actual Fórum Eugénio de Almeida, pode visitar-se até 05 de Abril a exposição Tão Alto quanto os Olhos Alcançam, uma mostra improvável que coloca em diálogo arte sacra (com o património da arquidiocese de Évora) e arte contemporânea. A ideia nasceu da cabeça do curador Delfim Sardo e a Umbigo como fã que é deste espaço – sempre irrepreensível a nível de exposições – foi ver. O primeiro diálogo é estabelecido entre anjo, diabo e mundo, uma escultura de 1994, do alemão Stephan Balkenhol, pertencente à Ellipse Foundation, bem como a maior parte das peças de arte contemporânea expostas no museu.

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Nas salas ecoa a música n'en finit plus. A voz pertence a uma adolescente materializada pelo contemplativo vídeo de João Onofre que, por sua vez, dialoga com São Miguel Arcanjo, uma escultura do início do século XVIII pertencente à Igreja de São Francisco em Estremoz. "Porventura, o tema mais patente na exposição é o da finitude e fragilidade do humano, tão patente na obra de Francisco Tropa, como na série de imagens de catástrofes de Tacita Dean, como no kimono tingido de sangue de David Hammons, ou ainda na natureza morta congelada no tempo de Robert Gober ou da escultura de Rui Chafes. Trata-se de nos fazer confrontar com diferentes versões da fugacidade do tempo e do confronto com o que não conseguimos dominar", refere Delfim Sardo no texto Transcendência, Ritual, Finitude.

A paz faz-se sentir nesta exposição que vive da beleza implícita nas peças que apesar dos séculos que as separam, por vezes parecem contemporâneas.

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