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De toda a parafernália de objectos que uma mulher que se maquilhe deve ter, o curvex é o mais insólito. A primeira vez que ouvi falar dele na blogoesfera, pensei que era uma alcunha que davam a qualquer coisa bastante importante e complexa de usar e até de adquirir. O nome em inglês é Curler e por aí mais facilmente se percebe que é um encaracolador. Claro que encaracolador não é simples de dizer (nem de escrever) e continua a não ser muito específico a não ser que pensemos num objecto dos anos 70.

No século XXI o super tuga Curvex é um enrolador de pestanas. Claro que ainda assim, estamos longe de pensar no aspecto do objecto visto estarmos ainda banzados com a ideia de existir e até de ser usado e comprado (por vezes a preços bem elevados) uma coisa que serve para encaracolar (ou curvar) pestanas.

Sim, eu faço um parágrafo para que possam ler outra vez. Aparentemente as pestanas são uns pêlos enormes e rectos que beneficiam o olhar ao serem enrolados para cima. Dizem que abre o olho, o que nem é difícil de perceber. Há poucos sítios do corpo onde uma mulher queira pêlos grandes, grossos e pretos (e a fazer caracolinho), mas as pestanas são um deles.

Claro que quando descobri este acessório tive que ir a correr comprar um para experimentar. Não querendo gastar muito dinheiro visto ser uma céptica, resolvi ir à Sephora e comprar um que houvesse lá. Não me senti expert o suficiente para encomendar na net um Shu Uemura ou um Kevyn Aucoin. Assim fiz. Na parte dos acessórios da Sephora lá estava ele, o curvex. Só que ao vivo era ainda mais assustador. Ainda assim comprei-o para experimentar no dia seguinte. Vinha dentro de uma caixa plástica que demorei meia hora a abrir (é um problema de família abrir caixas e pacotes) e quando o retirei desconfiei que fosse um instrumento de tortura.

Parece uma tesoura, mas tem uma zona onde entalamos as pestanas (e nas primeiras vezes as pálpebras) com umas borrachinhas. É suposto enfiar lá as pestanas e apertando o instrumento, enrolá-las para cima. Enfiei lá as minhas seis pestanas, apertei o curvex e nem a pestana curvou, nem o olho ficou mais aberto, que eu tivesse notado. No entanto fiquei com as pálpebras beliscadas e olhos lacrimejantes. Mesmo assim resolvi ir praticando porque quem sabe com a prática e apertando o suficiente talvez elas acabassem por se enrolar e eu ficasse com olhos de boneca japonesa.

Resolvi ir à ginástica numa destas corajosas manhãs de Inverno e organizei a bolsinha dos indispensáveis de maquilhagem, para não ir muito carregada, mas para conseguir sair do ginásio com alguma confiança. Claro que o gigante curvex não estava no núcleo duro dos essenciais. Até que ao pôr a máscara de pestanas percebi que afinal faz diferença, mesmo nas minhas seis pestanas que até são enroladas. Tive que pôr três camadas de máscara e ainda assim as minhas pestanas pareciam umas palmeiras condoídas. Nesse dia percebi que o curvex terá que ser usado até numa ida para a praia e definitivamente antes de ir para o ginásio, o sítio onde levantamos tudo.

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