DIÁRIOS DO UMBIGO

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Outro dia de ex-trangeirismos.

Adormeci e acordei doente. Não fui trabalhar... feel like shit so fuck it, calling in sick. Detesto olhar para o ecrã quando assim é e já fui ontem e antes de ontem para o escritório neste estado. Temo uma migraine como já me aconteceu antes... sempre do lado esquerdo da caveira. Mais vale ficar em casa e sangrar isto sozinho até ficar bom para consumo. Para mim e para os outros.

Um conhecido recém-amigo feito numa cabine de um clube facebooked and invited me in afterwords for a so called "vinyl sesh". Counting me plus zwei personen in die haus rendez-vous, ils veulent organiser une autre partie avec moi. Um é israelita e o outro é holandês. A couple of previous parties correram bem nas caves onde toquei com o israelita. Acabou a sessão e dirigi-me a pedalar rápido para Böckhstrasse que cruza Schönleinstrasse e Kottbusser Damm. Finalmente decidi fazer aulas de alemão, se bem que não sinto que precise em Berlim. Mas eu gosto de ouvir os velhos e os loucos na rua ou no S/U-bahn e perceber o que dizem. É estranho mas eles vêm ter comigo sem eu dirigir palavra. Seja em que língua for sempre me atraiu quem partilha dimensões diferentes e está mais noutras que nesta. Mais logicamente um dia espero conseguir ler filosofia alemã, mas é possível que isso não passe de um querer muito e acontecer pouco. Esta língua é fodida. Esperava ir aprendedo com o tempo em freestyle na rua e com amigos mas é mesmo difícil. A aula foi boa, aprendi algumas coisas mas sinto-me básico. Daí que a aula funcione, já que no meu dia me sinto embaraçado e envergonhado a falar por medo de errar e acabar a dizer merda ou finalmente recorrer ao inglês. Consigo pedir bebidas num bar mas não consigo manter uma conversa. Que foi o que fizemos depois da aula. Copo de vinho e misturam-se sinergias e partilham-se experiências e planeiam-se projectos. Às vezes com pessoas que nunca vi antes, a abertura é muito interessante.

O Adolfo teria adorado. No meu cotidiano em Berlim (dependendo de onde paro, como ou bebo) oiço alemão, inglês (us, uk allover, aussie and neo-zeo), francês, holandês, italiano, polaco, checo, libanês, turco, persa, árabe, grego, espanhol e com alguma sorte português. Este último é refúgio e descanso. Coisa que rareia o meu ambiente para quem me conhece. Eu tento mas os meus cornos são pesados… vão esmagando o cérebro e este escorre-me líquido sangrando os meus ouvidos cinza e os meus olhos lágrimas cor de vinho.

Mencionando o vinho, encho o meu copo de porcelana asiática com vinho do Porto antes de ir para a cama para anestesiar a mente e para me ajudar a escrever estas linhas sobre a rotina mutante que partilho com este abrigo de cidade e quem ela atrai. 3 velhotes. 1 velhote. Nenhum velhote.

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