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Foi recentemente lançado um novo modelo dos Jardins Portáteis no Espaço do Robotarium na LxFactory cuja concepção e criação é da autoria do artista plástico Leonel Moura. A sua apresentação esteve a cargo do arquitecto paisagista Carlos Ribas.

Estes objectos representam uma nova abordagem do mobiliário urbano resultando numa combinação estreita bem sucedida entre arte, design e ambiente. Estas obras compostas de diversas cores fortes são particularmente atraentes e apelativas para zonas da cidade com poucas áreas verdes, onde existe uma certa aridez de amplos espaços tal como no Terreiro do Paço e depois no Cais do Sodré onde estão presentemente instalados.

Do ponto de vista técnico, o novo modelo é feito em rotomoldagem e resulta de uma parceria entre o artista e a empresa Almoverde que fabrica e comercializa equipamentos urbanos. A nova versão dos Jardins Portáteis mantém uma grande variedade de cores vivas e para além disso oferece uma maior robustez e resistência ao uso e ao vandalismo.

Sendo igualmente de destacar que Leonel Moura aproveitou a oportunidade para compor desenhos dos próprios jardins portáteis recordando os pintores como Mondrian e Van Gogh através do estilo inconfundível destes artistas.

Os novos bancos jardins mantêm as rodas de deslocação e de travão. Para além do assento apresentam reentrâncias servindo para a colocação de uma árvore ou de um arbusto. São fabricados em duas partes autónomas, sendo a parte superior em Polietileno de alta densidade e a base em suporte metálico; são empilháveis para facilitar o seu transporte e armazenagem. A mobilidade destas peças introduz um elemento de interação com os seus utilizadores podendo deslocar estes jardins livremente, da forma que desejarem para poderem criar a melhor perspectiva obtendo mais sombra ou para um simples convívio, criando círculos de amigos.

Os Jardins Portáteis permitem assim diversas utilizações para espaços interiores e exteriores, podendo ser usados em projetos de renovação urbana, promoções ou ainda em eventos pontuais.

"Hoje queremos coisas móveis, como os computadores portáteis"

Estas peças de design servem para criar núcleos de conversa entre amigos; para procurar a melhor posição à sombra ou ainda pelo simples jogo lúdico de usufruir de uma obra de arte singular. "Quis juntar um banco de jardim, uma árvore e rodas, para permitir às pessoas juntarem os bancos para conversarem ou terem mais sombra. É um jardim móvel", explicou o autor do projecto Leonel Moura, associando-se à ideia de mobilidade.

Estes núcleos de jardins são assim uma espécie de ilha móvel. O criador concebeu um design provocador e inovador com toda a sua exuberância de cor. No plano do conceito, os Jardins Portáteis podem ser integrados no campo da arte pública onde segundo Leonel "A obra de arte vale por aquilo que provoca no observador". O artista conjuga peças artísticas com a introdução de elementos naturais de vegetação com o interesse ambiental e ecológico, sendo uma preocupação deste criador que vem de longa data.

Coloca o papel do espectador e do público como figura activa, actuante e comparticipante no espaço da própria obra, ao ponto de sem essa interação, a peça não atingir a compleição total nem alcançar o sentido completo.

É um artista conceptual onde refere que a principal ferramenta é o pensamento, não são as tintas ou os pincéis. Por isso, os seus projectos possuem uma forte intencionalidade, existindo à partida uma mensagem deliberada que quer manifestar. Neste caso, o autor está a chamar a atenção dos gestores das cidades para a carência de amplos espaços verdes e de árvores nas nossas zonas urbanas.

Historicamente, este projeto foi inicialmente concebido na primeira década de 2000 e apresentado pela primeira vez na Bienal de Valência, em Espanha. Os primeiros modelos foram executados em resina tendo sido expostos e comercializados nos países europeus como: Espanha, França, Holanda e também no continente asiático, China. Posteriormente foram realizadas pequenas adaptações que deram origem às que se encontram actualmente no espaço público.

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