Eu até sou uma pessoa que se compadece com o marketing bem feito a um produto. E isto ao ponto de ir realmente experimentar o produto anunciado se me conseguirem espicaçar a curiosidade com uma campanha de publicidade original ou uma comunicação interessante que não me trate como um atrasado mental. Mas como a maior parte dos profissionais da publicidade e do marketing tem a mania de que toda é gente é burra que mete dó, isso é coisa rara. Até aqui já me conformei com a nivelação por baixo e já não espero grande coisa dos nossos publicitários. Já vi de tudo: desde desejos de malas Chanel a cremes de rosto que promovem a menopausa. Tudo isto é suportável, desde que não me obriguem a levar com isto à bruta e sob ameaça de perseguição.
Há duas maneiras infalíveis de me fazerem fugir de comprar um produto ou adquirir um serviço. A primeira é obrigarem-me a ver uma porcaria de um anúncio no youtube de cada vez que eu pesquiso um vídeo. Aqueles segundos em que não é possível fechar o anúncio chegam perfeitamente para eu ter que me controlar para não partir o ecrã. É que numa revista, eu posso passar a página, num pop up, eu posso fechá-lo ou bloqueá-lo. Num outdoor eu posso olhar para outro lado. Neste género de publicidade invasiva (e diria até abusiva) eu tenho que perder segundos da minha vida até que finalmente me deixem ver aquilo que me interessa realmente. Escusado será dizer que a marca em questão ganha o meu ódio. E como vocês sabem eu adoro ter ódios de estimação. Mas quem é que se lembrou de criar este conceito de publicidade que mais parece alimentação forçada? Apetece cuspir tudo fora!
Mas eu disse que eram duas as razões da minha fúria provocada pela publicidade e pelo marketing. E penso que quase todos os leitores concordarão comigo nesta. Eu nem vou argumentar, vou apenas dizer o que é e vocês todos podem comentar este texto com impropérios contra todas as chamadas que recebemos todos os dias de call centers a tentar venderem-nos cartões de crédito, serviços de telecomunicações, internet, seja o que for. Regra geral: já nem atendo números desconhecidos. Preferia que fosse outro tipo de stalkers. Porque é disso mesmo que se trata: perseguição! Mas quem é que ainda cai nestas?