No mundo da arte contemporânea Louise Bourgeois é uma artista incontornável e à qual a "Umbigo" dedicou espaço nas suas páginas em Março de 2004. Foi num artigo escrito por mim, intitulado "Os Labirintos da Libido" e despertado por uma visita à Tate Modern, na expectativa de me deliciar com "Maman", a imensa aranha de bronze que já tinha visto em diversos livros e revistas. É impossível descrever a minha desilusão quando me apercebi que já não havia qualquer vestígio do aracnídeo...
No entanto o artigo não ficou por escrever e apesar da minha predilecção em ver as obras ao vivo, hoje fiquei contente por saber que em breve será possível navegar pela obra da grande Louise Bourgeois através do endereço: www.moma.org/bourgeoisprints. Uma nova página dedicada à obra da artista, onde se poderão encontrar cerca de 3500 imagens, a maioria das quais pertencentes à colecção do MoMA. Poderíamos dizer que esta ideia remonta a 1990, ano em que Bourgeois doou o arquivo completo da sua obra impressa ao museu nova-iorquino. Sob a supervisão da curadora Deborah Wye e com a colaboração directa do assistente da artista, Jerry Gorovoy, e da equipa do Louise Bourgeois Studio tudo se tornou possível e já me sinto inquieta para navegar pelo seu mundo.
Louise Bourgeois é uma das mais importantes e destacadas artistas do Séc XX, início do Séc XXI e os seus trabalhos estendem-se através dos territórios da alienação, sexo, medo, morte, sendo o corpo a sua obsessão. Sempre preocupada com a temática feminina, iniciou um notável percurso, realizando diversas esculturas e instalações onde sexualidade e sensualidade se entrelaçam. Um dos seus primeiros grupos de obras foi "Femmes de Maison". Nesta série, o ser é uma dualidade da mulher no seu movimento permanente pela vida, casa, abrigo, alimento e estabilidade. Este e outros temas como "rostos e retratos", "maternidade e família" e "animais e insectos", ficarão em breve disponíveis no site do MoMA.