(poemas de Maria Fernandes para fotos e títulos de Fedra Espiga Pinto)
–
vai pegar lume
e na face de cada homem
a estupefacção
de não saber
se cá arde ou lá
–
porque tenho de ir
a um qualquer sítio
para além do odor a ócio
que me traz a nuvem
deste cansaço
–
entre o princípio e o fim
e quem o contrário
clamar não poderá
– jamais! –
ter o apocalíptico
gosto acre
de cada perda
a cada penumbra
e a cada
aurora
–
luz indirecta
sobre quem
directamente
projectas
a indelével
existência
de ti?
–
paisagem in(corpo)rada
perto demais
não insistas na ténue
mancha da luz
que incauta
nos beija o cerne
e abandona
–
waiting for dark night
and as for the anger
let it spread out
along evergreen dreams
– no lamp is good enough
to make us love
any passing days
being so – nothing left
to be thought
–
* Este texto não é escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.