A referência religiosa mais que descarada no título deste conjunto de palavras não é à toa. Tendo em conta as edições deste ano, e o marasmo que o ano passado foi, só me apetece mesmo levantar as mãozinhos ao céu e dizer: graças a Deus por 2013. Um dos álbuns que me leva de novo a acreditar no também marcante poder redentor da música de dança é o novo dos nova-iorquinos Holy Ghost!, Dynamics (DFA).
E quem diz que a fé não pode chegar tendo, como veículo, sintetizadores pujantes e letras todas elas a apontar ao coração?
O duo nova-iorquino há muito que me arrasta direitinha para o centro da pista de dança. Se em 2007, Hold On era a principal razão para se tornarem num dos nomes mais importantes do catálogo da muito cobiçada DFA Records de James Murphy, em 2011, finalmente, e depois de tanta espera, confirmaram todas as expectativas com um extraordinário álbum de estreia, homónimo. (Impossível escrever isto e não ir imediatamente ao Spotify pistar o totalmente aditivo It's Not Over).
Passados apenas doi anos, Nick Millhiser e Alex Frankel parecem seguros de si mesmos e ressurgem com 11 novos temas ainda mais dramáticos que o que seria de esperar por uma simples fã emocionada de synthpop, por uma simples fã emocionada do synthpop do Holy Ghost!
Dynamics é todo ele pessoal, dissertando sobre relações, memórias de relações, memórias de tempos passados e a sua relação com o presente, sempre com a cadência assertiva do disco e do synthpop a trazer-nos claras reminiscências dos 80's.
OKAY!
Okay e Dumb Disco Ideias são os dois primeiros singles, tão peganhentos e aditivos como os caramelos de leite que se colam aos nossos dentes mas não conseguimos deixar de comer um atrás do outro.
Já Changing the Guard, Bridge and Tunnel e Don't Look Down fazem-nos levantar e dançar em qualquer sítio, a qualquer hora. It Must Be The Weather, I Wanna Be Your Hand, In the Red e Cheap Shots levam-nos numa viagem etérea que bem podia ser anunciada assim: "sit back, relax and close your eyes."
Sim, eu creio. Creio no novo álbum dos Holy Ghost!, Dynamics e em toda a dinâmica que me traz. Se me perguntam se este é um álbum que nos apanha à primeira e que nos deixa irrequietos do primeiro ao último tema tenho de responder: hell yeah!
Como dizem em "Dance a Littler Closer": "come on and dance until its over".