Com o assinalar dos 20 anos do Portugal Fashion a moda voltou ao Porto, depois de no primeiro dia do evento os Storytailors, Hibu, Carla Pontes e Alves Gonçalves terem apresentado as suas colecções em Lisboa.
No primeiro dia, Júlio Torcato, Anabela Baldaque, Fátima Lopes e Pedro Pedro mostraram as suas propostas para a primavera/verão de 2016, no Coliseu do Porto.
Júlio Torcato apresentou a sua colecção, intitulada de Tríptico. O designer trofense convidou três personalidades importantes da moda contemporênea portuguesa, Miguel Viana, Vera Deus e Nelson Vieira. Em que cada um deles representava um tema, homem urban tailoring, mulher em ambiente dark e homem urban oversized. As peças eram leves e fluídas e em contraposição houve uma opção por cores escuras.
No segundo dia, no Porto, o Portugal Fashion volta para a Alfândega, ponto nevrálgico do evento, Diogo Miranda, Susana Bettencourt e Estelita Mendonça apresentaram as suas colecções. O destaque foi para Hugo Costa, em nossa opinião o melhor desfile desta edição. Sob o tema “individual”, o jovem designer do Porto, mostrou peças muito consistentes e com peso suficiente para os mercados internacionais. O conceito da colecção partiu do indivíduo e do seu relacionamento e aceitação pelo colectivo, não descurando a individualidade e autenticidade do ser. Com o uso de gangas, pinturas manuais, azuis e brancos e com peças sobrepostas e oversized “é tão mais fácil ser cool”.
A designer portuense Daniela Barros levou à passerelle NKP_S2A, uma colecção que alude aos valores morais, às vivências e aos actos. Com o uso de materiais como o denim, tencel lyoncel e a seda japonesa conjugou com cores como o branco, branco, bege e azul.
A fechar o terceiro dia, e depois de Katy Xiomara, Miguel Vieira apresenta a sua colecção no Palácio de Cristal sob o tema Mondrian. As principais fontes de inspiração da colecção centraram-se na expressão gráfica e na arte abstracta. O criador apostou em tecidos entrançados manualmente formando padrões que remetiam para os icónicos quadros do pintor Piet Mondrian, usando cores neutras e materiais como o gorgurão, algodões e lãs virgens.
Nuno Baltazar abriu o último dia celebrando o trigésimo aniversário do filme Out of Africa, produzido por Sydney Pollack. A colecção tem o seu ponto de partida em Karen Blixen autora do livro Den afrikanske Farm de onde o filme é vagamente inspirado. Nuno Baltazar refletiu nas suas peças influências das tribos quenianas e contrabalançou o sofisticado com o easywear, optando por cores étnicas como o caramelo, marsala, marfim e baunilha. O criador usou ainda acabamentos foil e plissados e materiais como a seda e o algodão.
Mafalda Fonseca, no âmbito do espaço Bloom, destinado a jovens criadores, apresentou uma colecção masculina e com carisma. A colecção começa com uma viagem, em que cada vez que se parte espera-se uma renovação da alma deixando as coisas menos boas para trás. Anseia-se algo leve e apaziguador, mas ao mesmo tempo, vibrante que transmita energias. A criadora usou cores como o verde, azul, cinza e laranja. Esta é a última das histórias (ou talvez não) dos tão queridos rapazes de Mafalfa Fonseca.
A encerrar, o último dia, Carlos Gil trouxe a colecção The New Sartorial. Peças vincadamente femininas, envolvendo a silhueta da mulher, estruturando o corpo mediante a mistura de curvas, diagonais e rectas que se manifestam em pregueados e volumetrias. Carlos Gil apostou em pequenos pormenores que transformam algo simples em peças únicas.
Com o fim de mais uma edição do Portugal Fashion há definitivamente motivos para comemorar. A cada edição sente-se uma melhor organização, uma maior dedicação dos organizadores. Mostraram ainda as suas criações três escolas de moda: Modatex, ESAD e EMP e também oito marcas de vestuários e seis de calçado, entre elas: Fly London, Dkode, Cheyenne e Lion of Porsches.