BOA-VIDA

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Fotografias: António Néu.

A nossa viagem ao Porto elevou-se a grandes níveis sensoriais, não só pelas pessoas que conhecemos como pela grande diversidade de locais que fomos descobrindo. Foi num dia de dilúvio que ao lado do Teatro Sá da Bandeira encontrámos o Hotel Teatro.

Que boa a sensação de largar o chapéu de chuva e entrar num espaço “cosy” que convida a esquecer o mau tempo e nos apela à descontracção e relaxe. Um hotel que se reveste em tons de castanho e bronze e que nos incita a uma viagem pelo mundo do teatro pois todos os pormenores estão intimamente ligados a esta arte. Inclusivé o nome dos vários espaços que o povoam como o restaurante Palco, o quarto Audiência ou o bar Plateia. Na porta o excerto de um poema romântico de Almeida Garrett que dá as boas vindas a um novo cenário.

O espaço do hotel foi realmente um teatro no século XIX. Tratava-se do Teatro Baquet. Entretanto este sofreu um incêndio, o edifício passou por inúmeros projectos e quando decidiram abrir o hotel a decoradora de interiores Nini Andrade Silva meteu mãos à obra, estudou a história do edifício e resolveu recriar o tema na sua plenitude. Existe toda uma lógica decorativa relacionada com o teatro, onde encontramos diversos holofotes que pontuam o espaço, figurinos e até os quartos são separados por cortinas. A recepção é em forma de bilheteira e o “objectivo é que o cliente receba o bilhete para ver o espectáculo que é vivenciar este mundo do teatro”, contou Sofia Pinto, responsável comercial do hotel.

Abriu em Maio de 2010 e é composto por 74 quartos que se distribuem ao longo de seis pisos. Os Gallery, Tribune, Audience, Júnior Suite e a Suite, cada um com os seus atributos, mas todos eles extremamente confortáveis, repletos de charme e dados à luxúria, especialmente devido aos espelhos e às banheiras vitorianas localizadas ao centro.

O restaurante é uma das grandes mais valias e tanto funciona para hóspedes como para curiosos que queiram experimentar as habilidades do chef Arnaldo Azevedo. Ganhou o prémio “Garfo de Ouro” do jornal Expresso e confirmamos que foi um prémio bem recebido pois a nossa experiência esteve próxima da levitação. Para a entrada degustámos vieiras, barriga de atum rabilho, pistácio e tomate biológico. A mistura do pistácio com o tomate, dois sabores que nunca nos teríamos lembrado de combinar, e que de facto fizeram todo o sentido neste deleite das papilas gustativas. Seguiu-se um tamboril, risotto de lavagante e espargos brancos. Nesta altura já estava com uma enorme vontade de conhecer aquela pessoa que cozinhava com tanta perícia nesta minuciosa escolha. Não sabíamos estar próximos do êxtase quando a sobremesa foi colocada na mesa: A janela do meu quarto; chocolate em toda a sua plenitude e fondant de goiaba com gelado de queijo da serra. Este último deixou-nos completamente rendidos. De vez em quando ainda me vem à memória o prazer de sentir o sabor da goiaba.

Posto isto voltámos para o quarto, enebriados, com uma enorme vontade de usufruir deste cenário, convidativo ao relaxe, à descontração, com especial destaque para a banheira vitoriana em bronze que nos chamava para um banho de imersão.

Um espaço repleto de pormenores que deixo à vossa imaginação.

Hotel Teatro

Este artigo faz parte da série Umbigo no Porto.

Ver também: Viagem ao Porto (parte 1)Miss'OpoMimata e Pensão Favorita

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