Se outrora, eu encarava a ousadia e a capacidade de inovação como dois dos principais requisitos para um designer ser digno de ser celebrado, presentemente, considero também muito importante no desempenho de um director criativo de uma marca, o respeito que ele demonstra pela história e pela estética da casa para a qual trabalha.
A Missoni nem sempre despertou o meu interesse, contudo, estaria a mentir, se dissesse que não gostaria de ter várias peças da casa italiana. À medida que os meus conhecimentos acerca da indústria da moda se foram consolidando, passei a ter um maior respeito por esta marca. Neste momento, considero que a Angela Missoni e todas as outras pessoas envolvidas no desenvolvimento da empresa estão a fazer um trabalho meritório, conciliando harmoniosamente a vertente high-fashion com a comercial, sem nunca descurarem a herança estética da casa fundada em 1953 – o famoso padrão aos zig-zags, as peças em lã e as recorrentes apostas na diversidade de cores.
Este ano, a Missoni faz 60 anos e, para celebrar a data, relançou algumas das suas peças de arquivo. Foi uma agradável surpresa verificar que essas criações, além de serem belíssimas e de, provavelmente, servirem de impulso para um aumento considerável das vendas da empresa, foram usadas na campanha de Primavera/Verão da marca deste ano (imagens que aparecem neste post), juntamente com roupas da respectiva colecção.
Nesta campanha, que, na minha opinião, teve uma fantástica direcção artística, realço o facto de nenhuma, das pessoas que aparecem nas imagens, ser modelo profissional - são todas "pessoas reais" (e bonitas, vá...). O fotógrafo que assina a produção é o inglês Alasdair McLellan, que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque na indústria da moda e cujo trabalho aprecio imenso. Para acompanhar a produção impressa, foi criado este vídeo sublime:
Enfim, o poder que uma boa campanha pode ter sobre o consumidor... Quero tudo!



























