O sonho dos The xx tornou-se real e acabaram por tornar também real o nosso sonho. Night +Day - The xx night entoou nas rádios e media em geral dias e noites a fio e finalmente materializou-se. Desde que anunciaram o festival no Lux, que ficou conhecida a grande vontade em fazer algo em Lisboa, uma cidade de que gostam especialmente e que fizeram questão de reafirmar ao longo do especial concerto que deram nos jardins da Torre de Belém. Tudo foi especial numa curadoria que não deixa margem de duvida ao extremo bom gosto da banda.
Tudo se uniu num final de tarde e noite que nos fazem pensar que Lisboa é de facto especial. Dos Dj Sets, aos concertos, ao público com uma atitude irrepreensível, ao jogo de luzes e som especialmente bem conseguido de bandas que primam por subtis sonoridades. Os ingleses Mount Kimbie fecharam a tarde e para surpresa apresentaram o primeiro single do novo álbum Cold Spring Fault Less Youth, no entanto a sua electrónica algo sombria (muito ligada ao dub step) passou despercebida no meio da agitação que se fazia sentir. Já o DJ e produtor espanhol John Talabot, conseguiu despertar os demónios do público com o ritmo bem mais acelerado de Fin, um dos álbuns mais elogiados de 2012. Pional acompanhava-o na loucura electrónica.
Os ânimos voltaram a abrandar com os americanos Chromatics que deram vida à torre de belem e encheram o jardim de cores musicais ao som do fantástico álbum Kill for Love. O auge deu-se com Hey hey, my my (Into the Black), de Neil Young. A letra... entoava a vários sons, em vários decibéis saídos da boca da audiência que agitava pauzinhos de luz que pontuavam todo o recinto. Foi aquele momento!!!
O encerramento com os The xx foi em grande, num genial concerto que uniu as cerca de 10.000 pessoas presentes que sorriam aos desconhecidos numa felicidade contagiante. O look minimalista dos três elementos, vestidos de preto da cabeça aos pés, juntou-se ao minimalismo sonoro e à coreografia das luzes que encheram o ambiente.
Impossível dizer mal de algo que foi tão bom (à excepção das intermináveis filas para conseguir uma bebida). Queremos mais festivais assim, mais bandas assim e mais tardes/noites que nos façam começar tão bem uma segunda-feira.
