Fotografia: Miguel Silva Rocha.
Foz
Corpos bronzeados, figuras atléticas de surfistas e miúdas giras compõem este moderno cenário à beira-mar. Profundamente enraizada no mar e na praia, esta área é o local de eleição dos entusiastas das actividades ao ar-livre e das novas gerações de espírito arrojado.
O melhor é que se misturam perfeitamente com o lado mais conservador do Porto, com aqueles que vivem na zona alta e de luxo da cidade há muito, muito tempo. Negócios locais estão por todo lado, mas também os novos, mais modernos conceitos de serviços e produtos encontram a sua casa neste bairro. Começar o passeio pela Foz Velha é sentir uma onda de pequena vila pescatória e passar pela Avenida Brasil é entrar num resort junto ao mar. Pelo caminho, não há como escapar a uma visita ao reputado Passeio Alegre. Assistir a uma partida de cartas entre os locais, observar os pacientes pescadores que por aqui tentam a sua sorte no rio ou até juntar-se aos nativos mais velhos que nos dias soalheiros fazem uma saborosa sesta nos seus carros são planos para esta zona.
Um pouco mais adiante, o sentimento é bem mais dinâmico. O começo da Avenida Brasil dá o mote para o exercício físico ao ar-livre. É escolhida pelos nativos para passear o seu animal de estimação ou para fazer a corrida diária entre as casas apalaçadas de um lado da rua e do outro o mar. No meio do percurso fica um jardim de copas fartas. Mas para os profundos conhecedores desta Avenida, o local de eleição é sem dúvida o Passeio Atlântico. Bem escondido, a um lance de escadas de distânica encontra-se um passadiço quase por cima do mar ao longo da costa das praias portuenses. No fim, a passagem para o verdejante e imponente Parque da Cidade. Local onde é realizado um dos festivais de música de cidade mais bonitos da Europa – o Primavera Sound.
Mas não termina por aqui. Na frente marítima ainda temos em grande destaque o Edifício Transparente. Bares, lojas, restaurantes, todos com vista para o oceano, ocupam este espaço. Ponto de encontro de amantes dos desportos marítimos, peles bronzeadas, skaters ou simplesmente de quem quer apenas aproveitar o sol e o mar num contexto de cidade de elevado capital urbano.
Matosinhos
Matosinhos Sul, tem fama e look de estância balnear. A sua disposição territorial em formato grelha esconde um passado de alojamento da indústria conserveira. No calçadão e no areal vemos os entusiastas descontraídos dos desportos aquáticos em peso, lado a lado com os que sabem o verdadeiro significado de joie de vivre. É obrigatório a pele queimada pelo sol e o cabelo desarranjado pelo sal do mar para integrar bem esta zona.
Mas o sul e o norte de Matosinhos não podiam ser mais contrastantes. Com o renovado Mercado Municipal como epicentro, a zona norte desta área tem agora uma nova vida. Aqui, as ruas planas convidam a uma vivência que se faz descontraidamente de bicicleta, como dá a entender a loja e oficina dedicada a este meio de transporte, a Velo Culture. Dando ao pedal vai-se ao mercado comprar produtos frescos e locais e percorre-se toda esta zona, sem fugir para muito longe. É, por isso, que aqui se vive a um ritmo mais slow. Sem dúvida que a vida de bairro se recomenda.
Leça
Os dias solheiros tornam-se mais difíceis. Escolher um dos inúmeros terraços de cafés e restaurantes espalhados desde a Foz Velha, passando bem no meio de Matosinhos e terminando só em Leça da Palmeira é o problema. Se no entretanto não se perder o rumo entre uma ou duas boutiques de alta moda...
Há apenas uma certeza. Ficar dentro de portas é expressamente proibido. Surfar, fazer praia ou simplesmente cirandar pelos cafés e bares são planos para preencher o dia no bairro Foz-Leça.