Carla Pontes e HIBU. brilham no primeiro dia do Portugal Fashion
À semelhança do que tem vindo a acontecer nas últimas edições, O Portugal Fashion iniciou o seu programa de desfiles em Lisboa. O Palácio Foz (situado na Praça dos Restauradores) e a Carpintaria de São Lázaro (junto ao Martim Moniz) foram os locais escolhidos para a apresentação das colecções de Outono/Inverno 2015/2016 de quatro marcas – Storytailors, HIBU., Carla Pontes e Alves/Gonçalves.
Os desfiles de HIBU. e Carla Pontes, ambos inseridos na plataforma Bloom (criada com o intuito de divulgar o trabalho de jovens designers) e que tiveram lugar na Carpintaria de São Lázaro, foram os melhores do dia.
Talvez por serem mais novos, mais naturalmente envolvidos no mundo digital e, consequentemente, mais atentos às tendências a nível global e conscientes das necessidades e desejos dos consumidores contemporâneos, Marta Gonçalves e Gonçalo Páscoa (dupla por detrás da HIBU.) e Carla Pontes criam peças que vão ao encontro de estéticas às quais a maioria do público, hoje em dia, facilmente se identifica.
O meu elemento preferido no desfile da HIBU. foi a maquilhagem. Os modelos desfilaram com manchas coloridas, de diferentes formas e tamanhos, na cara, criando um efeito semelhante a granito.
Marta e Gonçalo, felizmente, não têm nenhuma aversão a cores mais garridas – um problema que parece ser comum à maioria dos jovens designers portugueses. Foi refrescante ver peças em azul claro, verde, amarelo e até mesmo cor-de-rosa pálido!
Embora a dupla por detrás da HIBU. afirme que o género não é importante na concecção das suas peças, torna-se cada vez mais evidente que os melhores looks das suas coleções, ou pelo menos os que têm maior potencial comercial, são aqueles que mais se aproximam do vestuário masculino tradicional. Relativamente a esse aspecto, esta colecção não foi excepção, mas "kudos" para eles, por tentarem desafiar a norma.
Carla Pontes apresentou-nos a coleção mais consistente do dia. A inspiração recaiu sobre ambientes naturais adversos com estéticas obscuras, como "os contornos de um lago seco, o volume de um vulcão ou a textura de um caminho de lava", algo que se reflectiu não só na reduzida e sóbria paleta de cores, mas também nos estampados.
As peças tinham muito bom aspecto – estavam bem acabadas e a qualidade da confecção era visivelmente boa. Embora as fotografias e o estilo minimal presente em todos os looks vos possam fazer pensar que se trata de uma colecção simples, muitas das peças tinham estruturas bastante complexas. Além disso, tudo o que se viu na passerelle é 100% vestível e tem um enorme potencial comercial.
O casting estava impecável.