Até as Árvores São Sonhos comemora o 15º aniversário da galeria Reverso. Uma exposição dedicada a Bé que iniciou este projecto com Paula Crespo em 1998 e cujo desaparecimento em 2012 deixou profundas saudades a todos que com ela privaram ao longo destes anos.
Segundo Paula Crespo, "Quando em 1998 abrimos a Reverso, nem eu nem a Bé fazíamos a mínima ideia do que o futuro nos reservava. O projecto era novo, o bairro desconhecido, a parceria uma incógnita. Joalharia e artes plásticas, a premissa. Dirigir a Reverso nestes 15 anos foi sempre um enorme desafio. Enfrentado com a consciência das limitações que tínhamos e dos riscos que corríamos, foi um projecto iniciado a dois".
Para marcar a data foram convidados a participar nesta exposição 12 artistas plásticos portugueses que trabalharam com a Bé, não só na Reverso como na galeria Ana Isabel e galeria Nasoni, espaços de arte que dirigiu durante mais de duas décadas, entre finais de dos anos 60 e meados de 90. (Helena Lapas, Henrique Ruivo, Fala Mariam, joão Moreira, Jorge Martins, Manuel Baptista, Manuel Costa Cabral, Maria José Oliveira, Pedro Calapez, Pedro Portugal, Sérgio Pombo, Teresa Magalhães).
Participam também 11 joalheiros portugueses, (Ana Albuquerque, Ana Margarida Carvalho, Catarina Dias, Dulce Ferraz, Edgar Mosa, Inês Nunes, Leonor Hipólito, Manuel Vilhena, Paula Crespo, Raquel Soares, Telma Simões), 14 joalheiros estrangeiros Andrea Wagner (NL), Barbara Paganin (IT), Beppe Kessler (NL), Birgit Laken (NL), Claude Schmitz (LU), Ela Bauer (NL), Herman Hermsen (NL), Kadri Malk, (EE), Kaori Juzu ( DK), Laura Rose (US), Luzia Vögt, Marc Monzó (ES), Mirjam Hiller (DE), Suzanne Esser (NL) e uma ceramista portuguesa, Beatriz Horta Correia, que também é a autora do catálogo que a Reverso irá editar por esta ocasião.
Segundo Paula Crespo "em muitas e intermináveis horas ao longo destes anos, procurámos dizer, a quem teve a paciência de nos ouvir, que usar uma jóia não é um acto arbitrário e inconsequente. Que escolher e usar uma jóia (de autor) é mostrarmos uma parte de nós que de outra forma não seria visível. Que uma jóia (de autor) é em última análise essa parte de nós mesmos, que por isso nos completa e nos expõe".