ARQUITECTURA

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"Viver numa casa é como viver numa árvore. Existem muitos ramos e cada um é um lugar agradável para se estar. Não são quartos hermeticamente isolados, mas interligados e continuamente a redefinir-se uns aos outros". Sou Fujimoto

Fujimoto é conhecido por ter redefinido completamente o espaço como um lugar de relaxamento e experiência. Soube chamar a atenção em concursos internacionais com os seus projectos espectaculares em que arquitectura e a natureza se fundem para formar uma simbiose.

São alguns destes trabalhos que podemos ver na exposição Sou Fujimoto Futurospective Architecture, patente na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém até 17 de Novembro. A mostra realça acima de tudo projectos cujo carácter radicalmente novo é óbvio. Dividida em seis secções temáticas, apresenta maquetas, objectos e materiais que inspiram as ideias de Fujimoto.

O título traduz o objectivo programático da exposição que pretende oferecer mais do que uma retrospectiva dos edifícios e trabalhos de arquitectura realizados até agora por Fujimoto. A arquitectura deve ser entendida como uma disciplina das artes e da sociologia, ambas baseadas no plano de espaço.

Escondida por trás da palavra composta “futurospectiva” encontra-se uma atitude em relação a uma concepção orientada para o futuro do espaço, o que não só distingue Sou Fujimoto dos seus contemporâneos, mas é também o que ele usa para criar experiências enriquecedoras de espaço no Japão. As experiências adquiridas na sua Hokkaido natal, situada no Norte do Japão, moldam o que ele enuncia no seu livro Futuro Primitivo, de 2008: uma concepção que se concretiza na presente exposição, através da declaração de Fujimoto sobre a Arquitectura como Floresta: "A Arquitectura como Floresta aqui apresentada é a natureza do futuro, a arquitectura do futuro”.

Segundo Jörg H. Gleiter reflecte no livro A Estética Mais Extrema – A Arquitectura de Sou Fujimoto: "Poder-se-ia dizer que a arquitectura de Fujimoto é de uma estética extremamente apurada, de um modo muito próprio. Trata-se daquilo a que se poderia chamar, parafraseando Friedrich Nietzsche, arquitectura da 'hiperanimação do mais ínfimo detalhe'. Nietzsche descreve aqui uma estética de subtilezas e um extremo refinamento da expressão. Já não é um estilo grandioso, mas a pequena forma que é compatível com essa expressão. Nietzsche associa essa estética à música de intervalos curtos, segundas maiores e menores, com os quais já não é possível compor melodias que ficam no ouvido, mas que produzem efeitos grandiosos, expressivos e, por vezes, perturbadores. É exactamente isso que Fujimoto faz na sua arquitectura. Ele é sensível a intervenções subtis num sistema arquitectónico e aos potenciais efeitos que resultam de pequenas diferenças".

Trata-se da primeira exposição monográfica europeia do multipremiado arquitecto japonês, famoso pelos seus notáveis edifícios no Japão e pelos seus escritos teóricos (Futuro Primitivo, 2008). Este ano, foi convidado a desenhar o Pavilhão de verão da Serpentine Gallery (Londres). Os treze pavilhões anteriores tiveram projectos de Herzog & de Meuron e Ai Weiwei (2012), Frank Gehry (2008), Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura (2005), do falecido Óscar Niemeyer (2003) e de Zaha Hadid, que criou a estrutura inaugural em 2000.

Com 41 anos, Fujimoto torna-se assim o mais jovem arquitecto a criar esta estrutura temporária, que é considerada o mais ambicioso programa arquitectónico do seu tipo no mundo.

CCB – Garagem Sul, Lisboa
Até 17 de Novembro de 2013

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