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A norte os invernos são mais rigorosos. E no Porto não são excepção. O dia tinha sido frio, chuvoso, cinzento. Perfeito para procurar a casa, o prazer, o conforto interior. Este era o dia. Este era o espírito. E a vontade mais que muita para conhecer as novas propostas de Artur Miranda e Jacques Bec, dois nomes que a cidade não dispensa quando o tema é criatividade e design de interiores.

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Ao chegar à OITOEMPONTO, um showroom de 200m2 sediado na Rua de Tânger, entre Serralves, a Av. da Boavista e a Marchal Gomes da Costa, fui recebido por um ambiente requintado e confortável, onde a originalidade das peças exaltavam o olhar. Naquele momento esquecera o frio, a chuva, o vento. Entrei.

Num magno e envolvente open space, duas paredes debatiam-se frontalmente. A “oval blue room”, uma suave e confortante parede azul, opunha-se à imponente parede revestida a mármore cinza. Uma alcatifa ‘infinita’ unia a tranquilidade e suavidade discreta do espaço, repleto de apelos visuais, obras de arte, objectos vintage, peças de design, e outras desenhadas e assinadas pelos criadores.

À entrada os tons pastéis do chão de mármore e da parede modular enaltecem o Black Revolver, um enorme quadro de Robert Longo, que brilha em harmonia com a escultura niquelada de James Prestini.

No lado oposto - mas não em oposição - um ambiente requintado e confortável é pontuado por peças que se fazem notar: o quadro Born Again de Fausto Gilberti rasga graficamente a pop in store Frédéric Malle, marca francesa de fragrâncias de luxo para casa; o elegante candeeiro retangular OITOEMPONTO, o icónico “Tom”, ilumina este singular lugar, dedicado ao prazer das essências, e formado por sinuosas formas arquitectónicas.

Por todo o lado os estímulos impunham-se aos sentidos. E olhar era como estar lucidamente desaparecido. A arte, sempre presente, obrigava à contemplação, marcando a atitude criativa dos autores. O intrigante quadro de Jonathan Meese - Fraulein Dracula – acompanhado pelos cadeirões de inspiração japonesa de James Mont, são exemplo de uma liberdade estética, sem territórios, que culmina num equilíbrio perfeito.

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Deixei que o olhar fizesse o seu trajecto. Eu acompanhava-o. E juntos parávamos atentos aos pormenores e aos detalhes. Foi assim que cheguei ao grafismo da Atopia de Philipe Decrauzat, um quadro bidimensional - acrílico sobre tela - que coabita, num outro recanto, com as cadeiras florais de Josef Frank e uma elegante mesa de centro.

Esta é a linguagem, este é o universo, o espaço total concept OITOEMPONTO, semanticamente denso, mas sintacticamente equilibrado. A gramática perfeita da liberdade e o equilíbrio.

Lá fora, o vento continuava a soprar.

OITOEMPONTO

Rua de Tânger, 1378

4150-721 PORTO

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