DIÁRIOS DO UMBIGO

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Haverá quem afie a língua e afirme que este ano o festival Nos Primavera Sound não está ao nível dos outros. Isso é mentira. Não tem Radiohead ou LCD Soundsystem porque não precisa: este é um festival homogéneo que dispensa favoritismos sem a confusão que costuma instalar-se quando há um nome que soa mais alto.

Este é um festival para ser saboreado como um todo, com nomes escolhidos a preceito e muitas surpresas.

Saltam logo à vista nomes como Air, PJ Harvey ou Brian Wilson, mas há muito mais a descobrir de 9 a 11 de Junho.

Brian Wilson
Brian Wilson

A abrir, na quinta-feira, o dia onde só funcionam dois palcos, há Animal Collective e Deerhunter, duas bandas distintas que, à sua maneira, se atrevem entre o psicadelismo e a pop. Há também U.S. Girls, uma surpresa da pop mais experimental, e a genuína Julia Holter. Duas mulheres no domínio pleno da sua arte que vão embelezar ainda mais o Parque da Cidade. Há também Sigur Rós, Parquet Cours e os nossos Sensible Soccers.

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Sexta-feira é dia de PJ Harvey. Com um novo álbum em mãos a diva volta a Portugal para nos incendiar os corações. Mas não vem sozinha: Brian Wilson desce à terra para tocar o brilhante Pet Sounds, momento que se avizinha inesquecível. Dois contrastes, duas gerações diferentes, tal como o resto do cartaz desta sexta-feira: dois grupos de culto que vão certamente abanar a relva do Parque: Mudhoney, uma lenda-viva do rock norte-Americano, e Tortoise, reis da fusão entre o Jazz, o Rock e a experimentação em todas as frentes.

Mudhoney
Mudhoney

Tortoise_Andrew-Paynter_01
Tortoise

Mas há muito mais para escolher. As Savages vão mostrar porque são animais de palco, Destroyer vai exibir o seu vasto cancioneiro e há ainda tempo para explorar a eletrónica em diversas vertentes: Empress Of, Floating Points, White Haus e também o hip-hop pelas rimas de Freddie Gibbs.

Sábado há Air, veteranos da pop lânguida e romântica que, prevejo, vão patrocinar muitos beijos na imensa relva do recinto. Battles são sempre uma escolha acertada (e um concerto enérgico), assim como a selvajaria dos Shellac, daqueles grupos que toda a gente tem que ouvir pelo menos uma vez na vida.

Air
Air

Há também guitarras para todos: Explosions in the Sky com o seu post-punk instrumental, o rock de garagem dos Titus Andronicus e Royal Headache, o lo-fi de Car Seat Headrest, a pop dos Autolux, os gigantes Linda Martini com o novo disco Sirumba e Drive Like Jehu, banda mítica do post-hardcore que volta aos palcos após parar de tocar em 1995.

A eletrónica também está bem representada neste último dia: destaque para Chairlift, duo que se apropria das boas referências da pop para uma sonoridade muito particular. Há também Moderat, a dupla Apparat e Modeselektor que tem muitos seguidores por cá e Fort Romeau, solitário da house sedutora.

Mas o grande destaque de sábado vai para a banda que toda a gente vai falar: Algiers. Gospel-punk-industrial? Sim!

Algiers
Algiers

Há sempre um ligeiro arrepio quando se fala do Primavera Sound no Porto, o recinto com relva a perder de vista, a organização impecável, os sorrisos, as flores no cabelo... e a música, numa comunhão única, sem atropelos. Que comece a peregrinação.

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