MÚSICA

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Fotografias: Alípio Padilha.

Imaginem algo entre uma paisagem noturna de fábricas abandonadas, sons de guitarra de dupla personalidade e sintetizador com queda para a melancolia. Algures no meio situa-se o som do novo disco dos britânicos The KVB.

Ouvido ao vivo, Of Desire é talvez ​a ​declaração mais panorâmica e complexa​ da dupla​, com influências assumidas de Death In Vegas​ e uma visão cinemática com sensibilidades post-punk de Joy Division na fase mais glacial e The Cure durante a angústia psicadélica dos 80.

Nicholas Wood toca de forma enérgica e movimenta-se no palco como um animal abatido enquanto Kat Day pouco se move e de olhar gélido e sedutor faz-me lembrar a Anna Karina no Alphaville do Godard.​ ​O antagonismo entre ambos atrai-me e todo este cenário acontece enquanto tocam White Walls e Night Games, uma a seguir à outra, respeitando assim a ordem do álbum. Talvez porque ambas pulsam uma sugestão sedutora ou então só porque sim. Never Enough é uma infusão de sensibilidade pop​ com um twist pervertido de sensação de​ ​amea​ç​​a e In deep (a minha favorita, confesso) desbrava de forma soturna uns acordes de guitarra com uma gastrite.

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“Portishead’s Geoff Barrow loves this duo so much he invited them to record Of Desire in his studio. The result is a suitably clanging delight.” – ​Review na NME.

Talvez Of Desire esteja envolto em mais camadas de mistério do que os seus antecedentes, ou talvez não. Mas são estas camadas que criam um sentimento de inescrutabilidade que previne, ou pelo menos proteje-os de saber quem são e o que realmente representam os The KVB.

“It’s about longing to be with someone and getting lost in a world that you create together.” – ​Nicholas Wood words.

E que tal "ouvir para crer"? Podem fazê-lo aqui.

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