Mudamos de país em 15h de viagem entre autocarros, minivans e ferry. Fomos enganados com o visto, claro, e quando finalmente entramos no Cambodja percebemos imediatamente que acabámos de descer um degrau. Da fronteira a Siem Reap só miséria, mas eis que chegamos ao sítio mais vivo e colorido desde que entrámos na Ásia. Aqui tudo é luzinha de árvore de Natal, até as pontes são assim festejadas. Mercados em cada rua partilham a estrada com milhares de tuk-tuks, motas, carros, bicicletas, pessoas e cães. De noite fecham-se ruas inteiras para que cada porta, cada barraca, quiosque, triciclo ou camioneta se transforme num bar de cocktails. Cadeiras de plástico à volta, música terrível em decibel de fazer mossa a qualquer ouvido inexperiente, e assim se faz a festa até apetecer.
A partir das 5:30 da manhã é outro escarcéu: ligam-se os altifalantes na rua e é ouvir-se dentro do quarto os cânticos de monges budistas. É assim esquisito e emocionante ao mesmo tempo, mas se eu tivesse que acordar a esta hora todos os dias por causa dos monges, talvez tivesse menos graça.
Ao que interessa, a comida pois. Além das sopas de massa e dos arrozes fritos aconteceu uma coisa maravilhosa: pão! Vive la France por todas as baguetes que em tempos cá deixou! É que comer arroz desde o pequeno-almoço até ao jantar nem sempre apetece, assim sempre variamos com baguetes recheadas de conservas de peixe. Depois há o Amok: um cestinho feito de folhas de alguma planta, recheado com frango ou peixe, cogumelos, cebolas, malaguetas e leite de côco. Estão a perceber? É certo que não é no Cambodja que vamos começar a dieta.
Depois Siem Reap também tem uns templos, diz que a oitava maravilha do mundo é cá. Mas e o caril de camarão, água de côco, espetadinhas e berbigões picantes que vendem lá à volta? Ah, isso sim!