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Fotografias: Miguel Silva Rocha.

Pedro Caride é um nome familiar na cidade do Porto, nos últimos 15 anos, por ser o rosto da melhor loja de roupa masculina da cidade. Mas hoje, com essa fase terminada, Pedro Caride é um nome que se encontra em velocidade de cruzeiro na área do marketing. Fomos aos bastidores da loja agora fechada ao público, Por Vocação, conhecer as suas inspirações.

Qual é a tua primeira memória ligada à área do marketing?

Cheguei a esta área quase de uma forma enviesada, porque o meu objectivo não era marketing, mas sim a publicidade. Antes da publicidade era o cinema, queria ser realizador de cinema, mas os meus pais convenceram-me de que primeiro tinha que tirar um curso que me desse um "canudo" e só depois fazer cinema. Então fui para um curso que achava ser parecido, Marketing e Publicidade. A parte de realizar qualquer coisa, tocar em ideias, realizá-las e produzi-las e tornar ideias visíveis, era isso que me fascinava. Os dois primeiros anos do curso eram marketing e publicidade e facilmente me apercebi que o marketing era algo que me seduzia mais do que propriamente a publicidade. Apenas por ser uma área mais abrangente. O que me interessa verdadeiramente no marketing é capacidade de ter alguma visão, de ter estratégia, de poder inovar. Se juntarmos isto tudo à criatividade e à possibilidade de resolver problemas, torna-se um desafio constante.

O que define a visão do teu trabalho?

Isso tenho muito claro. O meu trabalho tem por base uma experiência, a experiência que fui acumulando ao longo dos anos e o momento em que me encontro agora. Depois divido por fases. Há uma fase de trabalho simples, claro que está também relacionado com os valores que cobro. Se me chamam para fazer algo que tenha a ver com a minha experiência de trabalho de pesquisa simples, estamos a falar de valores mais baixos. Quando a este trabalho juntamos a estratégia, já estamos a falar de novos valores. A partir daí, surge a parte que verdadeiramente me seduz e para a qual acredito que tenho mais apetência, que é juntar visão, inovação e criatividade. É aí que acredito poder trazer mais-valia às marcas ou às empresas com as quais trabalho. Acho que sou bom, modéstia à parte, a criar diferenciação. Essa é a forma que utilizo para me diferenciar enquanto profissional e para me motivar também. Porque se for um trabalho só de "fazer melhor", estamos no campo da gestão. Replicar estratégias ou replicar práticas que os concorrentes já fazem mas de uma forma melhor. Eu gosto de fazer algo diferente. Há ainda algo que me seduz no meio disto tudo que é aplicar isto no terreno e juntar uma série de sinergias, desde a fotografia, vídeo, arquitectura, design de interiores. Aí entram as pessoas com as quais trabalho que são fundamentais para todo o processo.

O que é que te inspira?

Arte! Este trabalho de diferenciação, sempre que implica algo visual, por exemplo, e muitas vezes quando não implica, é arte. Só para dar um exemplo, eu vou à Bienal de Veneza de arte há 12 anos. Não falho uma edição, porque me é fundamental. Toda a pesquisa que faço, quando tenho que procurar qualquer coisa, tento ver onde é que a arte já pegou naquilo. É esticar a corda, quase de forma irreal, e esticaste tanto a corda que consegues ver o impossível e depois perceber o meio ponto onde se pode trabalhar. O ponto de inspiração é sempre esticar a corda.

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Consegues sentir que a cidade do Porto te inspira?

Sim! Primeiro, pela sua escala. É muito fácil andarmos pelo Porto e, nesse sentido de escala, é uma cidade muito humana. A pé vais a todo o lado e quando vais a pé vais-te surpreendendo com coisas que vês pelo caminho. Depois é uma inspiração, por exemplo, ir à Rua do Almada. Vais atrás de algo e a primeira pessoa diz-te que não é no "128", mas no "223" e chamam-te lá para dentro e quando entras sentes logo o potencial de inspiração. Vês coisas que para eles são parafusos, mas para ti são soluções para uma montra ou outra coisa qualquer. A cidade vai-te inspirando! Aqui há também muita gente interessante!

Como é um dia na tua vida?

Imprevisível! Depende tanto. Por exemplo, nos últimos dois dias, ontem da parte da manhã trabalhei num vídeo, analisei um site que estou a trabalhar com um cliente, e da parte da tarde uma reunião em Guimarães, onde fiz uma apresentação para trinta/quarenta pessoas de nacionalidade diferentes na área do calçado. Hoje, estou a ter esta entrevista, a seguir vou ter uma reunião sobre arquitectura para uma instituição muito importante na cidade do Porto, à tarde um projecto de arquitectura de interiores e ao final da tarde vou tratar de um site e a última tarefa do dia é tratar de um stand. Tudo isto tem a ver com o marketing que estou a desenvolver para vários clientes. Tudo muito diferente! E no meio tenho que fazer um comentário a um vídeo que fizeram para mim sobre uma montra.

O que é que se segue?

Não sei. Como fiz uma grande mudança há um ano atrás e decidi fechar uma parte que já me acompanhava há 15 anos que era toda a parte do retalho, este ano tem sido uma séria de surpresas. Estou a definir o caminho e estou a deixar que ele se defina. Não tive tempo de fazer um site novo, não tive tempo de fazer um Facebook actualizado e não tive tempo para ir à procura de clientes, o que também é bom. Têm surgido vários e o mal disto é que tenho perdido alguns porque não tenho tido tempo para todos. O que se segue é criar uma equipa um bocadinho maior. Acho que esse é o passo seguinte em termos profissionais. Criar uma equipa que possa dar resposta a todos os clientes que estão a aparecer. Assim, poderei continuar a fazer o melhor trabalho em todos os trabalhos que me surgem. O resto vem por simpatia!

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