CINEMA

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A cidade do Porto, sobejamente reconhecida pela crítica nacional e internacional como um dos melhores destinos Europeus, e actualmente considerada “Melhor Destino Turístico da Europa”, recebeu na passada sexta-feira a abertura oficial do Fantasporto. Um dos festivais de cinema mais prestigiados a nível Mundial, festeja a sua 35ª edição no Teatro Municipal Rivoli, e conta com uma selecção de 173 filmes, entre os quais se contam 48 ante-estreias, 57 filmes nacionais e uma série de homenagens. Para além da clara associação ao fantástico, este ano, e sublinhado pela directora Beatriz Pacheco Pereira aquando da apresentação do festival, segue-se uma programação rica em temas como o “contraste entre as sociedades”, e “mais estreias e ante-estreias” do que o ano passado. Orson Welles é este ano “convidado de honra”, pela celebração do centenário do seu nascimento, assim como uma das mais famosas duplas de dança da história do cinema – Fred Astaire e Ginger Rogers. O produtor e cineasta português Fernando Vendrell é também distinguido com várias exibições dos seus filmes, integradas numa programação paralela.

Na apresentação do festival e da diversidade cinematográfica que este ano o caracteriza, os fundadores e directores, Mário Dorminsky e Beatriz Pacheco Pereira, sublinharam a forte identidade cultural que o festival representa junto dos portuenses, mas também a nível internacional, no entanto a falta de apoios continua a ser reafirmada como uma lacuna lamentável neste meio. Outra novidade na programação anunciada pelos responsáveis, trata-se da Bolsa de Guiões, iniciativa que permite que escritores possam apresentar os seus textos a cineastas e convidados do festival, para posterior adaptação para cinema.

Apresentações à parte, os clássicos americanos (Citizen Kane, um dos mais aclamados filmes de sempre, foi exibido durante a tarde de sexta) e o cinema asiático marcaram o primeiro dia no Rivoli. O auditório principal estava praticamente esgotado com a estreia nacional da longa metragem Haemoo, drama sul-coreano de Shim Sung-Bo que conta a história da tripulação de um navio de pesca que decide aceitar uma missão de transportar clandestinamente um grupo de imigrantes ilegais da China para a Coreia do Sul. O primeiro filme de Shim Sung-Bo foi também candidato coreano aos Óscares, tendo sido o maior êxito de bilheteira da Ásia no ano passado.

Num cenário em que o barco da tripulação é o elemento protagonista, a intensidade das relações entre o comandante, marinheiros e a tripulação é explorada num esperado tom dramático, com um romance entre um marinheiro e uma imigrante ilegal à mistura, que conduz a um final imprevisto. Foi a primeira vez que um filme oriental abriu um Fantasporto, no entanto há muito mais para ver. Na vertente Prémio Cinema Português, hoje (dia 4) é exibido a partir das 15:15 horas a longa metragem Porta 21 de João Marco no Pequeno Auditório. O último filme exibido no Festival Internacional de Cinema do Porto, Patch Town está agendado para o dia 7 de Março.

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