NOTAS SOLTAS

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Numa conciliação de nomes do Porto e também do País ligados à moda, arquitectura, educação e comércio, a Casa da Música recebeu no passado dia 17 de Dezembro um programa em que se discutiu a moda como tema principal, ligada às cidades, mais concretamente ao Porto.

O debate, moderado na parte da manhã por Isabel Cantista, professora universitária, e Nuno Grande, arquiteto, e da parte da tarde moderado por Maura Marvão, Administradora da Fundação da Juventude e Manuel L. Teixeira, Administrador do CENIT, contou com uma primeira abordagem ao Porto num plano dinâmico, como epicentro de fortes plataformas impulsionadoras da indústria criativa, como é o caso do Portugal Fashion ou do Modtissimo.

A reabilitação da cidade e o positivismo gerado em torno da grande afluência turística e crítica internacional constituíram o mote para uma apresentação de alguns projectos de arquitectura que mostram haver uma intrínseca relação entre esta área e a moda, como ponte para uma experiência sensorial proporcionada quando se eleva os valores de uma determinada marca para uma estrutura, como é o caso do designer de moda Luis Buchinho e o seu atelier sediado no centro do Porto, ou Miss’Opo, um espaço multicultural com arrojo arquitectónico, que alberga um restaurante, galeria e bed&breakfast no mesmo edifício, também localizado na baixa portuense. Estes e outros exemplos marcaram uma segunda parte da manhã dedicada a esta promessa de manter a singularidade cultural do Porto e a sua característica decadência burguesa, reinventada para uma nova geração de consumidores, cada vez mais críticos e sedentos por variedade e originalidade.

A criação de um cluster criativo em que determinadas áreas da cidade delimitam diferentes segmentos de criação (designers de moda, galerias de arte...), tratou-se de um tema largamente discutido entre o estilista Nuno Gama e Nuno Camilo, Presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, e que se estendeu pela tarde, com as intervenções de Paulo Cunha e Silva, Vereador da C.M. do Porto (Pelouro da Cultura), Luís Braga da Cruz (Presidente da Fundação de Serralves), Luis Buchinho e Vladimiro Feliz (Presidente da ADDICT).

A recente apresentada imagem gráfica do Porto foi também revisitada neste debate, como elemento importante na criação de valor acrescentado à cidade. Uma instalação cultural como modo de apresentar as potencialidades do comércio tradicional, e a articulação de mecanismos capazes de sustentar esta aplicação de um Porto mais dinâmico, com produtos com mais qualidade, e melhor estruturados na sua apresentação, são alguns dos princípios colocados em tópicos pelos oradores. Manuel Alves, designer de moda, Anabela Becho, do MUDE, Carlos Cézanne, Director da revista Attitude, e Luís Pereira, Director da ShowPress, destacaram outros temas relevantes para este colóquio, como a criação de uma ponte mais estreita entre os designers portugueses e a indústria, mais-valia praticamente única entre cidades europeias.

A moda e a sua relação com a música foram também temas discutidos, lançados por Manuel Alves, que reforçou a existência de uma clara dissociação entre estes elementos na apresentação de projectos/colecções portugueses. O grande problema de fazer chegar uma marca portuguesa a um consumidor internacional, o que esta representa quando colocada diante de marcas já estabelecidas, e outros desafios inerentes à indústria criativa, definiram esta iniciativa criada pelo Portugal Têxtil, portal da indústria criativa da moda.

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