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The Centre Cannot Hold na Monitor Roma

Turning and turning in the widening gyre 
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere 
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst 
Are full of passionate intensity.
(…)

Depois de se ter estabelecido em Lisboa no ano de 2017, Monitor apresenta agora, na galeria em Roma, a primeira exposição coletiva que conta com a presença de artistas portugueses, com curadoria de Mattia Tosti.

O título – The Centre Cannot Hold -, verso emprestado do poema The Second Coming de William Butler Yeats, dá o mote para a seleção de artistas que, aqui, representam uma fatia daquele que é o panorama artístico português. O grupo de artistas, de diferentes gerações, através de diferentes meios (como pintura, som e escultura), são prova de um centro incapaz de cumprir o seu papel enquanto força unificadora. Recusam o encarreirar natural e desafiam as narrativas recorrentes que ecoam de forma conformada.

Alice dos Reis com a sua experimentação em vídeo, Diogo Pinto com as pinturas, Gabriel Abrantes com a sua multidisciplinaridade e os seus fantasmas, Inês Brites e as suas esculturas familiares e simbólicas, João Pimenta Gomes e a ocupação da relação do corpo e espaço através do som, Lourdes de Castro com as sombras e a presença na ausência, Maria Paz Aires com as suas criaturas híbridas, Pedro Henriques e a escultura-entidade enigmática, Pedro Moreira e as máscaras, as interconexões e o fantástico, Sérgio Carronha e os elementos da Terra e a ancestralidade e Tomás Abreu e as ilusões ópticas e as experiências sensoriais formam o grupo que insiste numa abordagem não conformista. Não se submetem e não se encaixam nos limites impostos pelas categorizações e, sugerem, sim, uma segunda/outra/renovada hipótese.

Não pretendendo ser uma mostra com identidade comum, nacional, ou de iguais tendências e conexões estilísticas, a exposição procura juntar, no mesmo espaço, as diferentes perspetivas inovadoras que, de alguma forma, e à sua maneira, procuram ou procuraram redefinir os padrões do panorama da arte contemporânea.

The Centre Cannot Hold é um conjunto de obras que retrata a exploração por parte dos vários artistas de temas relacionados com identidade, memória, corpo e espaço, mas de forma complexa, genuína e inesperada, que nasce de cada um dos universos singulares. Resulta numa espécie de força centrífuga, numa força imaginária de sentido oposto, que pretende reverter a hierarquia das normas e práticas culturais. São 11 artistas, com diferentes modos de produção, que renunciam a história condicionada e automatizada e optam pela vitalidade da matéria, pela energia e potência de abrir caminho, que permite uma leitura renovada consequente da inquietação pessoal e/ou relativa à estrutura. São um grito fora do centro, os criadores de novos ecos, novas possibilidades e novas reflexões.

A exposição pode ser visitada na Monitor Roma até dia 19 de julho.

Maria Inês Augusto, 34 anos, é licenciada em História da Arte. Passou pelo Museu de Arte Contemporânea (MNAC) na área dos Serviços Educativos como estagiária e trabalhou, durante 9 anos, no Palácio do Correio Velho como avaliadora e catalogadora de obras de arte e coleccionismo. Participou na Pós-Graduação de Mercados de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa como professora convidada durante várias edições e colaborou, em 2023 com a BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas. Desenvolve, actualmente, um projecto de Art Advisory e curadoria, colabora com o Teatro do Vestido em assistência de produção e tem vindo a produzir diferentes tipos de texto.

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