O Infinito na Caixa de Suzana Queiroga na Galeria Bessa Pereira
Suzana Queiroga é artista luso-brasileira, vivendo e trabalhando entre lá e cá, sempre em busca do sol de Lisboa ou do Rio de Janeiro. Embora seja conhecida, sobretudo, pela sua prática pictórica – no desenho e na pintura –, são vários os meios de que se vale para pensar o espaço, a arquitetura, a luz e o tempo. Muitas vezes, esta investigação extravasa o plano bidimensional para ganhar forma, também, em instalações de grande escala – seja no espaço expositivo ou no espaço público – ou esculturas. Em 2015, o seu trabalho, que desenvolve desde a década de 1980, rendeu-lhe o Prémio de Aquisição na XVIII Bienal de Cerveira, Portugal.
Na capital portuguesa, Queiroga expõe O Infinito na Caixa, um conjunto de dez obras – entre pinturas, uma pequena escultura e dois trabalhos em relevo – confere uma nova atmosfera à Galeria Bessa Pereira. A mostra tem curadoria de João Silvério, que destaca, precisamente, a dimensão rítmica e temporal nas composições abstratas da artista. Tratam-se de formas quase orgânicas, mas cujos limites e contornos se fazem de maneira absolutamente rigorosa, respeitando uma paleta de cores frias que remontam, segundo o curador, também a uma certa assepsia ou distância analítica, laboratorial.
Dispostas em caixas – delimitadas pelas próprias fronteiras do quadro – ou em camadas, como peças modulares, essas figuras aparentemente estáticas começam, com o tempo, a moverem-se, diluírem-se, borrarem-se. Assim, mesmo na fixidez das geometrias que pinta e constrói, Queiroga consegue restituir o balanço subtil das existências, o devir infinito da vida e da poesia.
A exposição está patente na Galeria Bessa Pereira somente até este sábado, dia 1 de junho.