O dia amanheceu triste e cinzento, não de forma literal, mas sim pela partida daquela que foi uma das maiores filantropas do país. Grande mulher, com um percurso ímpar e sorriso contagiante na face, Maria da Graça Carmona e Costa dedicou tempo e energia a investir no mundo da arte em Portugal. Realizou sonhos e apoiou um sem número de artistas e entidades, que assim puderam dar início ou continuidade às suas carreiras.

É difícil enumerar tudo o que fez ao longo da sua vida. Da galeria Quadrum, à Giefarte, da Fundação Carmona e Costa às muitas exposições que comissariou, Maria da Graça foi construindo aquela que é a maior coleção de desenho do país. Álbum de Família, exposição patente no MAAT, faz a síntese da sua obra e da imensa família de artistas que construiu no seio da sua Fundação.

Na Umbigo muito lhe temos a agradecer, pelo apoio que nos deu enquanto revista independente. Ao longo de seis anos, temos vindo a editar o chamado Projeto de Desenho com o apoio da Fundação Carmona e Costa, através do qual temos dado espaço a vários artistas para publicar na revista projetos inéditos na área do desenho.

O seu valor foi-lhe reconhecido em vida, tendo sido condecorada pela Câmara Municipal de Lisboa com a Medalha Municipal de Mérito Cultural em 2016, pelo Ministério da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural em 2018, pela Presidência da República em 2019 foi condecorada Comendador da Ordem do Mérito, e por fim em 2020, pelo Vaticano, condecorada com a Dama da Ordem Equestre de São Gregório Magno pelos seus serviços à Igreja e à Humanidade.

Tudo o que dissermos parece pouco perante tamanha grandeza.

Muito obrigada por tudo, Maria da Graça Carmona e Costa. Só pedimos que o seu grande legado seja preservado e tenha continuidade.