A 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia 2023, assinada pela fundadora e diretora do African Futures Institute (Accra, Gana) Lesley Lokko, teve como premissa curatorial O Laboratório do Futuro. Durante a Bienal, 89 participantes, 63 pavilhões nacionais e 9 eventos paralelos transformaram a cidade italiana num epicentro criativo e um farol de futuros, reunindo uma série de propostas ambiciosas que, entre a arquitetura e o pensamento social e ecológico, ousaram imaginar novos tempos e territórios possíveis para o hoje e o amanhã. Agora, Fertile Futures, projeto apresentado pela Representação Oficial Portuguesa na Bienal e curado por Andreia Garcia, com a curadoria adjunta de Ana Neiva e Diogo Aguiar, ruma a Lisboa para partilhar todo o seu processo de pesquisa, experimentação e criação.

No dia 27 de janeiro, às 18h e no Palácio Sinel de Cordes, inaugura-se assim a exposição Fertile Futures: Laboratório em Itinerância. Centrada sobre a problemática da água, no seu simbolismo emocional e na sua materialidade político-económica, a mostra contempla o trabalho das sete Oficinas da Hidrogeografia, que versam sobre os casos da ação antropocêntrica sobre a bacia do Tâmega, no Douro Internacional, no Médio Tejo, na Albufeira do Alqueva, no Perímetro de Rega do Rio Mira, na Lagoa das Sete Cidades e nas Ribeiras Madeirenses; os resultados do Seminário Internacional de Verão, no qual estudantes ensaiaram, coletivamente, instalações especulativas; e as reflexões das cinco Assembleias de Pensamento, momentos de (re)aprendizagem recíproca assente na coexistência entre saberes.

Os projetos que constituem o corpo da exposição propositiva em Veneza e, agora, na capital portuguesa, foram encomendados a um grupo de jovens arquitetas e arquitetos, em colaboração com especialistas de múltiplas disciplinas, nomeadamente Space Transcribers, Álvaro Domingues, Dulcineia Santos Studio, João Pedro Matos Fernandes, Guida Marques, Érica Castanheira, Oficina Pedrêz, Aurora Carapinha, Corpo Atelier, Eglantina Monteiro, Ilhéu Atelier, João Mora Porteiro, Ponto Atelier e Ana Salgueiro Rodrigues. Os futuros por eles e elas imaginados podem ser descobertos até 27 de abril, no pólo cultural da Trienal de Arquitectura de Lisboa, com entrada gratuita. O horário de visita é de terça a sábado, entre as 12h e as 18h30.

Parceira desta iniciativa, a Umbigo foi convidada a integrar e expandir o desafio de Fertile Futures a partir de um caderno especial no número #86 da revista, bem como participar num debate de encerramento da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2023. Com a itinerância do projeto, continuamos a alimentar o debate e a reflexão crítica acerca da indispensabilidade da arte e da arquitetura na transformação deste e dos mundos por vir.