Com obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português, a exposição FRESH BREEZE leva à Alemanha uma seleção de trabalhos exemplares de uma jovem geração de artistas portugueses, todos nascidos na década de 1980 e 1990, cujas investigações e interesses múltiplos encontram terreno comum numa abordagem plástica e conceitual a um só tempo crítica e humorada.

Patente até 12 de janeiro de 2024 no Kunstraum Botschaft, Berlim, a mostra tem curadoria assinada pela crítica, historiadora de arte, editora e curadora da CACE Sandra Vieira Jürgens, que trava um diálogo lúdico entre obras de tipologias diversas: a escultura burlesca de Fernão Cruz, Excalibur (safe place) (2018), os testes de gravidez negativos em There won’t be any miracles for us (2020-2021), de Isabel Cordovil, as fantasias românticas na instalação multimedia de Luís Lazaro Matos, Tomber Dans Le Lac (2018), e a pintura livre e mutante de Mariana Gomes, com Sem Título (2019) – quatro nomes que despontam como talentos nacionais contemporâneos, dentro e fora do país.

Num jogo tão sucinto quando rico em sentidos, a aproximação destes universos estéticos propõe uma incursão através de várias ficções humanas, do excecionalismo individualista à heteronormatividade, do destino heroico à uniformização da arte. O tom irónico e provocativo das peças, não obstante repletas de leveza e brincadeira, serve como estratégia para uma revelação nada óbvia das preocupações sociopolíticas desta geração, nascida em meio ao fulgor de um tempo pleno de possibilidades em Portugal e no mundo, e que, hoje, desconfia do brilhantismo daquele futuro anunciado – ou, até, da existência de um futuro qualquer.

Resultante de uma parceria entre a Direção-Geral do Património Cultural e a Embaixada de Portugal em Berlim, esta iniciativa pioneira faz parte do programa de circulação internacional da Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português, que visa a projeção e internacionalização de artistas portugueses. Este ano, em colaboração com diversas entidades nacionais e estrangeiras, a CACE já realizou, também, a exposição DARK SAFARI, apresentada entre fevereiro e julho no Museu e no Centro Cultural de Foz Côa; NON FINITO, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, durante os meses de junho, julho e setembro; e, mais recentemente, na Residência Oficial do Embaixador de Portugal em Espanha, Madrid, Una Casa, Teatro del Mundo. A próxima exposição a estrear em território nacional será em Beja, em março de 2024. Logo depois, Aveiro, Elvas, Tavira e Leiria irão receber exposições das novas aquisições da Coleção – que, só em 2023, acresceu-se de 50 obras, de 35 artistas.