Cultura ao Centro: Quatro posições das quatro cidades portuguesas candidatas a Capital Europeia da Cultura
Depois de Lisboa (1994), Porto (2001) e Guimarães (2012), 2027 é o ano em que uma cidade portuguesa voltará a ser Capital Europeia da Cultura (CEC). Com o intuito de nutrir um espaço cultural comum, enaltecendo quer as características culturais partilhadas pelos europeus, quer a riqueza da diversidade das suas práticas, saberes e costumes, ser nomeada CEC oferece à cidade designada a oportunidade de abrir ao mundo o seu desenvolvimento cultural, firmando a sua identidade e aumentando a visibilidade internacional. É, ademais, uma oportunidade para gerar benefícios sociais e económicos, capazes de promover o crescimento do seu potencial.
Finda uma primeira seleção, quatro cidades portuguesas – Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada – permanecem com os seus programas sob análise até à decisão final; a ser comunicada entre dezembro deste ano e janeiro de 2023. A estas candidatas coloquei quatro questões, enquanto as mesmas reúnem esforços e motivações, limam posições culturais e compromissos para virem a ser, simultaneamente, catalisadoras e berços da celebração da arte e da cultura portuguesas. Na verdade, uma ambição que não se concretizará apenas em 2027, mas que está hoje inevitavelmente em expansão; neste que já é, por si só, um expressivo ponto sem retorno aberto a múltiplos e infinitos futuros.
Mafalda Ruão – Porque necessita especialmente Aveiro/Braga/Évora/Ponta Delgada, o título CEC?
Aveiro – Aveiro tem em curso um Plano Estratégico para a Cultura iniciado em 2019 e que se estende até 2030. Trata-se de um projeto que procura otimizar o potencial de Aveiro, pondo a cultura a par de outras áreas onde a cidade e a região ocupam lugares de destaque. Com esse plano, procura-se um maior envolvimento e participação dos cidadãos e das instituições na cultura, uma maior capacitação de toda a sociedade, novas leituras sobre a sua identidade, fixação da população no território e atração de novos agentes, assim como a diversificação e fortalecimento de todo o setor artístico. A candidatura de Aveiro a CEC surge, por isso, como uma das etapas do Plano Estratégico para a Cultura. Sendo uma etapa importante, não é a base desse processo, uma vez que o âmbito do Plano é mais amplo do que isso. Só com uma ação a longo prazo e realizada com profundidade se conseguirá que Aveiro tenha o papel que merece neste setor.
Braga – Braga enfrenta desafios semelhantes aos de outras cidades europeias onde a avidez pela rápida urbanização com base no crescimento económico deu origem a uma relação desequilibrada com a natureza, comprometendo a qualidade de vida dos cidadãos. Quando assumimos esta candidatura e questionámos os bracarenses sobre as suas necessidades mais prementes, as questões que mais frequentemente se levantaram foram a falta de infraestruturas de apoio ao seu bem-estar (mobilidade, espaços verdes, espaços públicos), a perda de dinâmicas comunitárias e de energia cívica e a falta de uma visão e vontade coletivas. Estas questões tornam-se ainda mais urgentes num cenário em que, ao contrário de outras cidades portuguesas, mas como tantas em toda a Europa, a nossa população está a aumentar. Braga enfrenta uma acelerada transformação multicultural, estimulada pelo número significativo de cidadãos brasileiros que chegam à cidade a cada ano, e pelo número crescente de residentes e estudantes de outras nacionalidades, o que nos leva ao mais recente desafio, juntamente com muitas outras cidades europeias: a crescente escassez habitacional. Embora esse problema afete cidadãos de todos os estratos sociais, não podemos ignorar o impacto nos nossos jovens. Em 1989, Braga foi considerada a cidade mais jovem da Europa e, embora um quarto da nossa população tenha menos de 25 anos de idade, temos observado uma mudança gradual nas tendências demográficas. É evidente que enfrentamos uma potencial fuga de cérebros, muito especialmente no setor cultural e criativo. Além disso, estudos recentes revelaram que esse grupo etário tem sido afetado pela crise pandémica, levando a um aumento das questões de saúde mental.
Évora – Talvez as pessoas não tenham consciência, mas o Alentejo é um terço de Portugal. É um território imenso, com uma enorme riqueza, palpável no seu passado histórico, político e social, nas suas gentes, no seu presente. Trazer o título de CEC para Évora, e o Alentejo, significará reposicionar a cidade e a região, e ressignificar a importância deste território para o país e para a Europa, começando por Portugal. Entendemos que a CEC deve ser uma oportunidade de transformação positiva, que, colocando a cultura ao centro, vai permitir regenerar as cidades e elevar o seu perfil internacional. O seu impacto é profundo, e vai muito além da criação de uma nova dinâmica cultural. A partir da cultura estamos a trabalhar – e a transformar – diversas escalas, como a educação, a economia, a mobilidade, a inclusão, a saúde, o urbanismo, entre muitos outros aspetos relevantes para a vida das pessoas.
Ponta Delgada – Ponta Delgada é a principal cidade açoriana em termos demográficos e económicos, mas espelha os principais desafios da região: a pobreza e a vulnerabilidade social. A valorização da cultura é uma importante ferramenta de combate, através do investimento num setor cultural e criativo profissionalizado e capacitado.
Esta candidatura abarca um arquipélago em que o investimento na cultura tem sido feito através da construção de equipamentos culturais que acabam, frequentemente, inabitados ou subutilizados. Apesar do aumento da oferta cultural, a sua distribuição pelo território não é equitativa, numa região onde a acessibilidade é profundamente insuficiente.
A cultura não deve ser um movimento centralizado e centralizador, mas deve favorecer o diálogo com todas as áreas que envolvem a cidade. No caso de Ponta Delgada, esse movimento torna-se necessário em termos culturais, humanos e sociais, porque é o chão urbano de uma ilha que pede um desenvolvimento de conjunto. Move-nos o direito à participação e ao acesso a práticas culturais e artísticas. Envolver é esbater barreiras físicas e geográficas e reavivar aqui o sentido europeu do coletivo, através da aproximação das ilhas, da democracia cultural e da identificação das diferentes comunidades residentes com a cultura.
MR – O que pode oferecer Aveiro/Braga/Évora/Ponta Delgada para enriquecer a cultura europeia?
Aveiro – Aveiro tem uma história única, que resulta em grande medida da sua relação com o meio ambiente e as matérias-primas que este proporcionou. A partir dessa circunstância, e ao longo dos séculos, foi-se moldando a identidade da região, num trajeto de que fizeram parte atributos como a resiliência, a iniciativa, a criatividade, a inovação, a abertura ao mundo e a constante evolução tecnológica. Todas essas caraterísticas têm feito parte do código genético de Aveiro e sido espelhadas através das mais diversas manifestações culturais. São essas caraterísticas que estão a ser trabalhadas na proposta da candidatura de Aveiro a CEC. Acreditamos que, com isso, poderemos contribuir para a história que todos, na Europa, partilhamos, a partir do nosso próprio e específico ponto de vista. A CEC surge como uma oportunidade extraordinária de aproximar as comunidades locais, em torno de uma visão comum para o futuro de Aveiro, e que é interdependente do futuro da Europa. Os Aveirenses têm sabido, ao longo dos séculos, criar e recriar esta geografia única e anfíbia, explorando a fertilidade dos solos do delta do Rio Vouga e a generosidade do Oceano Atlântico. A pesca, o sal, o vento e a cerâmica fizeram com que esta comunidade prosperasse e construísse um futuro. Se dissecarmos isto, até chegarmos aos elementos base do ADN de Aveiro, concluímos que os quatro elementos – Terra, Água, Ar e Fogo – moldaram a existência da cidade.
Braga – Braga tem vindo a desenvolver, na última década, o seu investimento em cultura e há espaços e eventos na cidade que são já uma referência nacional e internacional. No entanto, o que se pretende com o processo de candidatura a CEC é criar uma reflexão conjunta, não apenas em Braga, mas em toda a Europa, sobre o modo como vivemos hoje nas chamadas cidades de pequena e média dimensão e como podemos reclamar o tempo que necessitamos para cuidar do nosso corpo e mente. A ligação ancestral de Braga com a religião e a espiritualidade, foi a porta que nos abriu caminho para a reflexão sobre o nosso bem-estar, e como o bem-estar se relaciona com a forma como vivemos em sociedade, com a natureza, com o tempo que dedicamos a atividades de lazer, em particular as atividades culturais. Braga pode oferecer este questionamento, esta vontade de olharmos para dentro de nós e procurarmos o que está menos bem, menos resolvido, e aproveitarmos este título para iniciar uma transformação que queremos que transborde os limites da cidade e contamine toda a Europa.
Évora – Acreditamos que a nossa proposta tem muito para dar não só à cultura europeia, mas ao mundo. Partimos do vagar, que nos inspira, e queremos elevá-lo a desafio para a Humanidade. Porque estamos convictos de que este modo de ser e de viver encerra em si muitas questões, e possivelmente muitas respostas, para os desafios que enfrentamos, das alterações climáticas às migrações, do desperdício às ameaças à democracia. Apesar de ancestral, acreditamos que o vagar é resposta urgente de futuro. E que sendo de Évora, e do Alentejo, ressoa e tem muitíssimas declinações, às quais devemos estar atentos, e que queremos iluminar neste processo. Estou a pensar nas ligações do vagar ao New European Bauhaus e ao Green Deal, por exemplo.
O vagar do Alentejo não é lentidão ou preguiça. É a consciência de que o humano está sempre em relação com tudo o que o rodeia, com o tempo, com o espaço, com o universo, e, por isso, é coexistência, coevolução, criação e construção. Ele questiona a dominância do humano e é a partir deste lugar de reflexão que podemos construir o mundo que queremos. Em Portugal, na Europa e à escala global, o vagar como construção de uma nova vaga para a Humanidade.
Ponta Delgada – Ponta Delgada quer fazer parte da competição a CEC porque é aqui que a Europa se completa – em equilíbrio com a natureza e com o tempo (cronológico e meteorológico).
Queremos promover a diversidade cultural da Europa, o diálogo intercultural e a compreensão mútua entre os cidadãos europeus. No nosso conceito cabem questões essenciais para a realidade europeia, como o isolamento, as migrações, a relação entre os diferentes tempos (passado, presente e futuro) e a emergência climática. Propomos uma reflexão sobre centralidade e periferia, sobre o caminho para a regeneração e um novo ritmo quotidiano. Em todos esses trajetos, queremos promover um diálogo intercultural e de entendimento mútuo, algo a que já estamos habituados como região de emigrantes e imigrantes (de mais de 100 nacionalidades), e a cooperação como forma de democracia cultural e de aprendizagem coletiva.
MR – Quais são as narrativas mais particulares da candidatura de Aveiro/Braga/Évora/Ponta Delgada e que a distinguem das restantes?
Aveiro – Num território onde a exposição aos elementos está tão presente, de forma literal e simbólica, o projeto Aveiro 2027 assumiu como tema o 5º Elemento. Desde a Grécia Antiga, bem no seio da Europa, o universo tem sido percecionado como sendo composto por quatro elementos básicos: Terra, Água, Ar e Fogo. Já na era medieval, os alquimistas falavam do 5º elemento e do seu efeito transformador. Assim sendo, Aveiro assumiu neste projeto a Cultura como o seu 5º Elemento. No cerne do conceito está a ideia de que a cultura é o ingrediente para um futuro em conjunto mais sustentável, democrático, coeso e resiliente. A CEC será esse catalisador e os aveirenses os alquimistas da transformação. É a Cultura que dá sentido à combinação dos elementos e abre as portas a um processo de descoberta cívica. Traz identidade à cidade, permite que esta se revigore e impulsiona uma nova revolução na criação de lugares e sentido de pertença. No passado, os quatro elementos conduziram a um enfoque no crescimento económico. Hoje, os quatro elementos convergem na sustentabilidade ambiental, na inclusão social, na tolerância e na justiça. Tal se deve a uma mudança do paradigma cultural: aquilo que valorizamos e aquilo de que necessitamos, no sentido de uma sociedade melhor e de um futuro sustentável.
Braga – O conceito da candidatura de Braga é “Tempo de Contemplação”. Resulta da crença de que só as sociedades e comunidades contemplativas podem trazer uma nova consciência para pôr em ação uma Europa mais inclusiva, justa e sustentável. A História de Braga e a sua paisagem edificada estão profundamente enraizadas na fé na religião e, como tal, na espiritualidade. A espiritualidade é nada mais e nada menos do que a oportunidade de (re)encontro com questões humanas fundamentais. Individual e coletivamente. Os desafios que hoje enfrentamos em Braga têm ressonância em toda a Europa e no mundo, e a cura das nossas feridas coletivas requer reflexão conjunta e esforços partilhados. Este é o momento para uma reconexão intencional connosco próprios, com os outros e com o lugar onde habitamos.
Évora – No centro desta candidatura está o vagar que, acreditamos, pode gerar novas narrativas de que a Humanidade tanto precisa. Olhamos para o vagar como um diamante, com múltiplas facetas. Este é um vagar ressignificado e empoderado, que pode mudar o mundo. Os momentos disruptivos que temos vivido forçaram e aceleraram uma consciência de mudança. Acreditamos que as práticas de vida que encontramos no Alentejo – zero waste, slow food, contenção, entre outras – são um grande contributo para a reflexão, mas também para a ação de que necessitamos. Falo da relação de coexistência entre natureza, animal e humano que experienciamos no Montado alentejano, da relação com o desperdício, das práticas do coletivo, às práticas do saber fazer, à relação com o espaço e com o tempo, com a terra e com o céu. Acreditamos que esta candidatura renova todo um discurso que o Alentejo pode desenvolver para si, para o país e para o mundo.
Ponta Delgada – Em 2027, celebram-se os 600 anos da descoberta destas ilhas. No “velho continente”, os Açores trazem uma cultura jovem, que nasce do confronto das várias culturas que os habitaram. Fruto do isolamento e da insularidade, são, para além de um espaço de experimentação, um espaço que preservou muitas das práticas e costumes que se perderam noutros lados. Este é um local de encontros, num ponto onde se tocam três placas continentais – a europeia, a americana e a africana. A candidatura de Ponta Delgada – Azores 2027 traz uma dimensão atlântica ao projeto da CEC.
Para além da geografia, este projeto abarca nove culturas, todas elas com fortes ligações identitárias comuns, mas todas elas diferentes. É nossa intenção celebrar cada uma delas, mas também desafiá-las e expandi-las, respeitando sempre a dimensão e as especificidades de cada ilha. Queremos partilhar um pensamento arquipelágico, um modelo alternativo ao pensamento global, baseado no intercâmbio entre ilhas, que não causa a perda da identidade, mas enriquece-a.
Dirigida a Aveiro
MR – Natureza é o segundo tópico mencionado na vossa identidade, e a candidatura comunica visualmente com várias imagens de animais e da ria. Como irão incorporar a natureza nas atividades culturais? E quais serão os benefícios para o meio ambiente desta candidatura?
Aveiro – Tendo em conta a sua localização geográfica, a relação com os elementos naturais tem sido inevitável para Aveiro. Aqui, a natureza tanto tem sido vista como ameaça como inspiração, num jogo de forças que ainda hoje se mantém e que as alterações climáticas farão sentir cada vez mais – se o nível dos oceanos subir esse efeito será sentido em Aveiro de forma notória. É por isso que existem várias propostas do programa cultural de Aveiro 2027 a remeter diretamente para a natureza, a sustentabilidade, a procura de soluções para o futuro e uma reflexão profunda sobre este tema. Cada um dos quatro elementos que a candidatura aborda terá as suas linhas de trabalho, numa grande diversidade de possibilidades.
Dirigida a Braga
MR – Empatia, Contemplação, Ação são três palavras-chave que ecoam da candidatura. Como pode este trio moldar a cidade e um mundo de “fast-culture“, em ultrarrápida e constante transformação?
Braga – A ordem é exatamente essa. Começamos pela empatia, pela capacidade de nos relacionarmos com os outros, privilegiando o diálogo e a inclusão. Ao recorrermos a práticas de colaboração que apelam a dinâmicas de proximidade e de integração, estamos a abrir caminho para a contemplação. Entendemos que contemplação é a capacidade de conseguirmos parar para olhar com mais atenção para o que nos rodeia e também para o que está dentro de nós. Finalmente, entendemos que depois da empatia e da contemplação, estamos prontos para agir. Agir na mudança que se procura não apenas na sociedade e cultura bracarenses, mas na sociedade e cultura da Europa de hoje.
Dirigida a Évora
MR – Ser Património Mundial da UNESCO desde 1986 pode ser um trunfo para a candidatura ou, pelo contrário, significar aos olhos de quem decide, que a cidade já sendo internacionalmente reconhecida, não necessitará do título CEC?
Évora – O Guia de Apoio às Cidades Candidatas refere que esta não é uma candidatura à UNESCO ou à área do Turismo e percebe-se que qualquer cidade parte do mesmo lugar, no sentido de que o que o painel de especialistas espera ver no dossiê de candidatura é uma proposta de transformação para o futuro de uma cidade, à luz dos princípios de uma CEC. Assim, a classificação UNESCO deve ser encarada nesta candidatura não como uma bandeira, mas sim como matéria de questionamento e de reflexão para o futuro da cidade. Vejamos que a classificação UNESCO coloca grandes questões ao quotidiano de quem vive e visita o centro histórico de Évora. Coloca também questões sobre a sustentabilidade energética e gera até contradições em vários domínios, entre outras. E essa dimensão sim, é relevante para a transformação de uma cidade.
Dirigida a Ponta Delgada
MR – Numa altura em que urge minimizar o impacto do Homem sobre o meio ambiente, fomentando a descolonização da natureza, qual o significado por detrás do mote “A nossa natureza é humana”?
Ponta Delgada – “A nossa natureza é humana” é um mote que reflete o conceito que guia esta candidatura: uma ressignificação de “Natureza Humana”. Na nossa proposta, Natureza quer dizer lugar, Humana designa a sua cultura. Assim, este conceito explora a relação entre cultura e o lugar de onde ela surge. Mais do que isso, ilustra como a humanidade e a cultura, em constante mudança, moldaram este lugar. O nosso mote dá voz ao nosso desejo de simbiose entre as formas de vida humanas e as não-humanas. Apresenta também a nossa visão para o que deve ser uma CEC: um espaço tolerante e acolhedor, que abraça e celebra a diversidade e a singularidade.
Nós, enquanto espécie, não somos perfeitos. Nós, enquanto cidade, ilha e arquipélago, não somos perfeitos. Nós, enquanto Europa, não somos perfeitos. Ainda assim, continuamos aqui, disponíveis para trabalhar em novos possíveis mundos.
Aveiro 2027 teve como porta-voz o responsável pela candidatura, José Pina.
Braga 2027 teve como porta-voz a equipa de missão Braga’27.
Évora 2027 teve como porta-voz a responsável pela coordenação da candidatura, Paula Garcia.
Ponta Delgada – Azores 2027 como porta-voz a equipa de candidatura.