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Seres Vulneráveis/Vulnerable Beings, Tuning In

Seres Vulneráveis/Vulnerable Beings, Tuning In é a primeira de duas assembleias públicas da curadoria de Andre Bagnato e Ivan L. Munuera realizadas no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa.

Esta programação nasce do reconhecimento das vulnerabilidades humanas perante pandemias e da conexão biológica entre seres humanos e não-humanos, que, dependendo dos contextos geográficos e/ou sociais, podem constituir uma realidade constante. Desde o Zika ao Dengue, à Malária ou ao VIH, quantos não serão os ataques, menos mediatizados, às fragilidades humanas em todo o mundo?

Em diversos momentos e intervenções ao longo do evento, há uma recorrente utilização do termo “corpo” como desígnio do ser humano. Arriscamo-nos a reconhecer nesta apropriação de uma linguagem específica ao contexto de Seres Vulneráveis através do termo “corpo”, um nivelamento do ser humano com o seu ambiente e com os restantes corpos com que partilha esse ambiente. O corpo de água, o corpo docente ou o corpo de um livro, o termo “corpo” poderá referir-se a qualquer ser, objeto ou conjunto de seres ou objetos. A escolha da utilização de corpo como termo descritivo poderá representar o reconhecimento da necessidade de uma pré-integração do ser humano no seu ambiente.

Andrea Bagnato tem vindo a desenvolver um trabalho investigativo sobre as áreas da Arquitetura, Ecologia e Epidemiologia; por sua vez Ivan L. Munuera dedica-se ao estudo da interseção da condição do ser humano/corpo humano com a contemporaneidade tecnológica, política e cultural. “Quais os corpos que importam nos mapas geopolíticos mais amplos? Como confrontar as noções modernas de classificação e de governabilidade? Que afinidades se estabelecem na partilha de ativismos? Como se forma o conhecimento médico?” estas são algumas das perguntas propostas pelos curadores e pensadas pelos convidados.

Uma das investigadoras convidadas, Meike Wolf, realizou uma apresentação sobre a “invasão” do mosquito-tigre-asiático na Europa, afirmando a versatilidade da espécie, a sua capacidade de adaptação e de transmissão de vírus. Afastando-nos das especificidades da pesquisa de Meike Wolf, reconhecemos através do seu trabalho um sistema de desenvolvimento e expansão de um grupo animal ao qual dedicamos muito pouca atenção – os mosquitos. Nesta pesquisa reconhecemos também a especificidade do nosso próprio conhecimento, sendo que esta palestra apresentada no contexto de uma evento cultural no MAAT em Lisboa estabelece uma interseção entre áreas de estudo, sistemas e comunidades (des)conectados.

Tuning In decorreu entre 29 e 31 de outubro de 2021, sendo que o segundo momento de Seres Vulneráveis com o título de Sounding Out irá decorrer entre 26 e 28 de novembro de 2021. A programação de Tuning In sofreu um conjunto de alterações ao longo do fim de semana, desde os horários, ao espaço aos próprios conteúdos apresentados, pelo que esperamos que Sounding Out demonstre uma maior consistência no sentido de potenciar ao máximo aquele que é um tema tão atual: a vulnerabilidade humana.

Doutoranda de Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa de Braga, é mestre em Crítica Curadoria e Teorias da Arte pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e licenciada em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2018 lança o primeiro número da revista Dose da qual é cofundadora e editora, e em 2020 funda o espaço de estúdio para artistas o.estúdio no Bonfim, Porto. Trabalha atualmente como artista plástica, curadora freelancer e escritora, tendo já contribuído com artigos para diversas publicações.

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